Uma nova espécie de tatu extinto, o Parutaetus oliveirai, foi descoberta na Formação Guabirotuba, em Curitiba, no Paraná. No local, foram encontrados fósseis do animal, compostos por osteodermos - placas que formam a carapaça. O trabalho foi executado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de outras duas instituições.
Após uma análise detalhada com uso de microtomografia computadorizada, os cientistas identificaram a nova espécie com base em características únicas dos osteodermos. A descoberta revelou a relação do mamífero extinto com os Euphractinae, grupo que inclui o tatu-peludo, comum no Brasil.
Durante o estudo, a equipe observou que os osteodermos possuíam um número maior de forames — locais de inserção de pelos — indicando que a espécie tinha uma cobertura pilosa mais densa que a de outros tatus. Essa característica sugeriu a adaptação do animal a um período mais frio ocorrido no final do Eoceno.
O trabalho foi executado por Tabata Klimeck e Leonardo Kerber, da UFSM, Martin Ciancio, do Museu de La Plata, na Argentina, e Fernando Sedor, da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Comuns nas Américas
Os tatus são mamíferos conhecidos por uma carapaça rígida, que cobre grande parte do corpo e oferece proteção contra predadores. Eles habitam principalmente as Américas, com maior diversidade na América do Sul. No Brasil, são mais comuns no Pantanal e no Cerrado, pois preferem habitats temperados e quentes.
No passado, porém, sua diversidade era ainda maior, como mostram os fósseis encontrados em diversas regiões. O Brasil é um dos países com mais registros desses fósseis, incluindo alguns dos mais antigos do continente.