Uma imensidão azul cortada por uma onda de tons amarronzados e com pontilhados brancos. Este é o porto de Rio Grande, no sul do Estado, visto pelo Landsat 9, um dos satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana, que monitora a Terra.
A imagem divulgada recentemente foi capturada no dia 5 de outubro e recebeu o nome de “Escoamento de sedimentos no ancoradouro do Rio Grande”. No texto de descrição, a Nasa explicou o que é visto do alto da Terra e também destacou a chuvarada pela qual o Estado passou nos meses de setembro e outubro.
“Os navios estão estacionados no mar, no ancoradouro brasileiro de Rio Grande, no Oceano Atlântico Sul, aguardando sua vez no movimentado porto de Rio Grande ou aguardando as condições adequadas de navegação na Lagoa dos Patos. O Estado do Rio Grande do Sul sofreu graves inundações no final de setembro e início de outubro deste ano, quando esta imagem foi tirada, o que pode ter contribuído para as águas ricas em sedimentos que estamos vendo”, escreveu a Nasa.
Melhorias
No dia 26 de outubro, a empresa holandesa Van Oord assinou contrato, no valor de R$ 95 milhões, para dragagem e melhorias no porto de Rio Grande. Em entrevista à colunista Giane Guerra, empresários da região defenderam o alargamento do canal para atrair grandes embarcações.
— Permitiria o giro de manobra para grandes embarcações. Os armadores viriam para cá porque haveria ganho de escala nas cargas — explicou O diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, defendendo que não apenas contêineres seriam beneficiados.
A capacidade do porto de Rio Grande por ano é de 1,4 milhões de TEUs (unidade de medida que considera contêineres menores). Com o alargamento, Tecon estima que sobe para 2,5 milhões. A ideia é de que se torne um "hub" portuário do Cone Sul, competindo para atração de cargas com Uruguai e Argentina.
*Produção: Lucas de Oliveira