
A Polícia Civil acredita que Jediel Sales Barreto, 52 anos, tenha sido vítima de uma espécie de emboscada, com motivação financeira. O morador do bairro Jardim Leopoldina foi morto a tiros durante assalto na noite da última segunda-feira (24), na zona norte da Capital. A investigação trata o caso como latrocínio, que é o roubo com morte.
Logo depois do crime, um dos suspeitos, de 22 anos, identificado como o atirador, foi preso pela Brigada Militar. Próximo dali, os policiais militares prenderam um casal, dentro de um veículo, que seria usado para a fuga. No Versa, estavam uma mulher, de 42 anos, e um homem, de 29, ao volante. A suspeita era ex-vizinha da vítima.
Informalmente, aos policiais, o suspeito de ser o atirador admitiu ter sido contratado pela mulher para cometer o crime.
— Essa mulher que residiu por muitos anos ali, a família da vítima inclusive conhecia ela. A família dela continua residindo ali. Ela não morava mais, mas familiares residiam — descreve a delegada Luciana Peres Smith, da 18ª Delegacia de Polícia.
A polícia suspeita que a situação financeira da vítima tenha atraído os criminosos e acredita que o grupo queria obter alguma vantagem, como invadir a residência para roubar ou mesmo sequestrar o morador, com intuito de conseguir dinheiro. Dentro do carro, havia cordas e fita isolante.
Barreto foi morto com disparos de arma de fogo na barriga e no peito, no portão da casa onde vivia com a família. Três filhos dele estavam na residência no momento do crime, mas não chegaram a se ferir. A polícia suspeita que, ao perceber que eram criminosos, o homem tenha reagido.
Além dos três adultos, um adolescente de 17 anos, que também teria participado da abordagem à vítima e estava portando uma faca, foi apreendido.
Bandidos forjaram interesse em imóvel
A polícia acredita que os criminosos tenham se passado por interessados em aluguel, para ter contato com a vítima. Barreto possuía, segundo a polícia, 26 imóveis, que eram alugados. Os primeiros contatos teriam sido realizados no fim de semana anterior.
— Estavam conversando com a vítima por WhatsApp, manifestando interesse. No dia do crime, marcaram de ver um imóvel, pouco antes. A vítima foi até o local e ficou aguardando, mas ninguém apareceu. Então, foi para casa e, quando chegou, logo em seguida, eles chegaram — afirma a delegada.
Os criminosos chegaram ao portão, chamaram pela vítima e foram atendidos pela filha dele. Eles teriam dito que queriam conversar com Barreto sobre o aluguel de um imóvel. Foi quando o proprietário saiu até o portão para atendê-los.
— Eles não chegam a entrar na casa. No portão, quando percebe que era um crime, ele reage e eles atiram — narra a delegada.
Logo após atirarem contra a vítima, os criminosos deixaram o local correndo, sem levar nada. Na sequência, foram alcançados por uma guarnição da Brigada Militar. Um revólver calibre 38 e toucas ninjas foram apreendidos. A perícia está verificando se a arma foi a mesma usada no crime.
Segundo a polícia, em janeiro deste ano, o homem identificado como o atirador já havia sido preso em Alvorada, com uma arma de numeração raspada. Quando ouvidos pela Polícia Civil, os presos optaram por permanecer em silêncio.
A investigação ainda aguarda a conclusão de outras perícias, como a necropsia. Barreto deixou a esposa e quatro filhos.