Preso por suspeita de assassinar uma mulher de 30 anos dentro de um mercado em São Pedro do Sul, na Região Central, no sábado (21), Gilson Bianchin Venturini, 37 anos, responde a um processo por tentativa de homicídio, registrado em dezembro de 2022.
Conforme a Polícia Civil, a tentativa aconteceu após ele discutir com a namorada dele na época. A vítima foi um homem que tentou impedir que Venturini agredisse a mulher e acabou sendo atingido por golpes de facão.
— O homem acabou interferindo na briga, saiu em defesa da mulher e (Venturini) acabou desferindo diversos golpes de facão na cabeça do homem, que sofreu lesões graves. O Gilson acabou sendo preso preventivamente por tentativa de homicídio — explicou o delegado Giovanni Lovato.
Ele permaneceu preso até novembro de 2023, quando conseguiu um habeas corpus para responder ao processo em liberdade. Conforme a investigação, foi após esta soltura que ele conheceu a vítima, Angélica Dias Moraes, que trabalhava como garota de programa.
Na madrugada do crime, Venturini procurou Angélica em duas casas noturnas, até encontrá-la em um mercado no centro da cidade. Em depoimento, ele confessou o homicídio e disse que se sentia provocado por Angélica, com quem desejava manter um relacionamento. O crime foi flagrado por câmeras de segurança (veja abaixo), que auxiliaram na investigação. Em uma câmera não divulgada, o delegado observou que o assassino falava algo para Angélica.
— Eu perguntei para ele o que foi falado naquele momento. Ele disse que falou: "Agora tu vai aprender a respeitar um homem trabalhador e honesto". Isso mostra esse perfil agressivo, de um homem que queria se impor em relação às mulheres — revelou o delegado.
Ainda na semana anterior ao assassinato, uma discussão entre os dois foi flagrada pela Brigada Militar na rua. Os dois foram levados à delegacia de polícia, mas Angélica não quis prestar queixa, nem pedir medida protetiva de urgência.
O criminoso chegou a fugir após o crime, mas foi encontrado e detido na segunda-feira (23). Ele está preso preventivamente e vai responder pelo crime de feminicídio.
Prevenção ao feminicídio
- Se estiver sofrendo violência psicológica, moral ou mesmo física, busque ajuda imediatamente. Não espere a violência evoluir. Converse com familiares, procure unidades de saúde, centros de referência da mulher ou a polícia. É possível acessar a Delegacia Online da Mulher
- Caso saiba que alguma mulher está sofrendo violência doméstica, avise a polícia. No caso da lesão corporal, independe da vontade da vítima registrar contra o agressor, dado a gravidade desse tipo de crime
- Se estiver em risco, procure um local seguro. Em Porto Alegre, por exemplo, há três casas aptas a receberem mulheres vítimas de violência doméstica
- Siga todas as orientações repassadas pela polícia ou pelo órgão onde buscar ajuda (Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário)
- No caso da lesão corporal, o exame pericial para comprovar as agressões é essencial para dar seguimento ao processo criminal contra o agressor. Procure realizar o procedimento o mais rápido possível
- Caso passe por atendimento em alguma unidade de saúde, é possível solicitar um atestado médico que descreva as lesões provocadas
- Reúna todas as provas que tiver contra o agressor, como prints de conversas no telefone. No caso das mensagens, é importante que apareça a data do recebimento
- Se tiver medida protetiva, mantenha consigo os contatos principais para pedir ajuda. A Brigada Militar mantém em pelo menos 114 municípios unidades da Patrulha Maria da Penha que fiscalizam o cumprimento da medida
- Se tiver medida protetiva e o agressor descumprir, comunique a polícia. É possível acionar a Brigada Militar, pelo 190, ou mesmo registrar o descumprimento por meio da Delegacia Online. Descumprimento de medida pode levar o agressor à prisão
Fonte: Polícia Civil e Poder Judiciário do RS
Onde pedir ajuda
Brigada Militar
- Telefone - 190
- Horário - 24 horas
- Serviço - atende emergências envolvendo violência doméstica em todos os municípios. Para as vítimas que já possuem medida protetiva, há a Patrulha Maria da Penha da BM, que fiscaliza o cumprimento. Patrulheiros fazem visitas periódicas à mulher e mantêm contato por telefone
Polícia Civil
- Endereço - Delegacia da Mulher de Porto Alegre (Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia), bairro Azenha. As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há 23 DPs especializadas no Estado
- Telefone - (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências)
- Horário - 24 horas
- Serviço - registra ocorrências envolvendo violência contra mulheres, investiga os casos, pode solicitar a prisão do agressor, solicita medida protetiva para a vítima e encaminha para a rede de atendimento (abrigamentos, centros de referência, perícias, Defensoria Pública, entre outros serviços)