A maior parte da população privada de liberdade no Rio Grande do Sul é composta por homens de até 45 anos com baixa escolaridade. Os principais motivos para a prisão dos cerca de 45 mil apenados em território gaúcho são roubo qualificado e tráfico de drogas.
Os dados foram disponibilizados pelo governo do Estado na quinta-feira (1º) por meio de um painel desenvolvido pelo Observatório do Sistema Prisional da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo.
— O que queremos é conhecer e entender quem são as pessoas que compõem a população carcerária para podermos trabalhar cada vez mais na formulação de políticas públicas e de projetos que efetivamente atendam às necessidades de cada um, com o objetivo de propiciarmos um tratamento penal eficiente que garanta uma melhor condição de vida, de cumprimento de pena, de reinserção social e de segurança — afirma Luiz Henrique Viana, secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo.
Com relação à escolaridade, a porcentagem dos presos que não concluiu o Ensino Médio chega a 87%, sendo que 54% deles não terminaram sequer o Ensino Fundamental.
Já em dados demográficos gerais, 65% da população carcerária tem pele branca, e a maioria é jovem, sendo 53% com menos de 34 anos. A faixa etária mais presente é a dos 35 aos 45 anos (30,9%).
Quanto ao gênero, 94% da população carcerária gaúcha é masculina. Neste quesito, um dado que chama a atenção evidencia a diferença de quem acompanha os presos e presas. Para os homens, o maior número de visitas é das companheiras, com 57%. Já as mulheres recebem mais visitas das mães, com 26%. O número de companheiros que visitam as parceiras é menor, de 23%.
São 84 unidades prisionais de regime fechado espalhadas pelo Rio Grande do Sul, além de 17 com regime semiaberto e outros centros de custódia e triagem. Dados apontam que 45.476 pessoas estão privadas de liberdade, sendo quase metade delas na Região Metropolitana.
Como funciona o painel
As informações já são armazenadas em um sistema interno de gerenciamento do governo, chamado Infopen-RS. Agora, será feita, diariamente, a extração desses dados para uma ferramenta que pode ser acessada por pesquisadores e pela população.
— No intuito de dar mais publicidade e transparência, foi elaborado este Business Inteligence (BI), que organiza os dados quantitativos de uma forma didática, para quem tiver interesse, poder acessar pelo site da Secretaria, onde vai estar disponibilizado o link, e navegar ali entre as abas que foram desenvolvidas, para analisar e observar quem são, em linhas gerais, os presos que estão cumprindo pena aqui no Estado do Rio Grande do Sul — explica o secretário adjunto Cesar Kurtz.
O painel também disponibiliza dados sobre grupos específicos, como presos estrangeiros, pessoas com deficiência e número de presos usando tornozeleira em medidas alternativas ou em cumprimento de pena.