O tribunal do júri em Cachoeirinha condenou, em sessão concluída na madrugada desta quinta-feira (11), homem apontado como líder de uma facção a 13 anos e seis meses de prisão pelo homicídio qualificado e ocultação do cadáver de Nicolle Brito Castilhos da Silva. Com 20 anos à época dos fatos, a modelo foi assassinada em 2017.
No entendimento do Ministério Público, o crime foi motivado por um desentendimento que envolveu duas organizações criminosas. O nome do réu não foi divulgado. Um outro homem, apontado como executor da jovem, foi condenado em setembro de 2021.
Conforme a denúncia do MP, Nicolle foi sequestrada, torturada e morta. O corpo nunca foi encontrado, mas a investigação encontrou indícios de ele que teria sido esquartejado.
Segundo as autoridades, a modelo foi morta porque os investigados acreditavam que ela teria delatado a rivais o endereço em que estava um integrante da facção, que foi assassinado em Gravataí, junto da companheira, dias antes da suposta delação.
Os promotores de Justiça Thomaz De La Rosa da Rosa e Francisco Saldanha Lauenstein afirmaram que vão recorrer da sentença com intuito de ampliar a pena e revisar a absolvição de uma ré, também denunciada pela morte. Outros investigados, segundo os promotores, ainda serão julgados por suposta participação no crime.
Relembre o caso
- No dia 2 de junho de 2017, Nicolle Brito Castilho da Silva, então com 20 anos, desapareceu da própria casa, enquanto o pai dela, Sidnei Castilho da Silva, 47 anos, buscava um lanche nas proximidades
- Entre o fim de julho e início de agosto do mesmo ano, registros de atividades no Facebook da jovem levaram a polícia a crer que ela pudesse estar viva
- Em 23 de julho, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado no bairro Cascata, em Porto Alegre. Exames de DNA mostraram incompatibilidade com o perfil genético do pai da jovem
- Em agosto, a polícia não descartava a possibilidade do desaparecimento da modelo estar ligada a um caso de sequestro e estupro, descartado depois com as investigações
- Durante o primeiro semestre de investigações, a delegacia analisou escutas telefônicas que colocavam um presidiário de 20 anos e a namorada dele de 24 no cenário do crime. A ex-estagiária de um fórum é demitida, após ser conduzida coercitivamente para prestar depoimento
- Polícia pede prorrogação no inquérito em dezembro de 2017
- Em 1º de maio de 2018, um homem investigado pela polícia no Caso Nicolle é executado em Gravataí
- Em 1º de junho de 2018, a Polícia Civil finaliza a investigação do crime indiciando três pessoas pelo homicídio e outras duas por crimes relacionados
- Em 29 de junho de 2018, o Ministério Público denuncia três pessoas suspeitas do crime
- Em 10 de julho, a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público
- Em 28 de setembro de 2021, o réu apontado como executor de Nicolle foi condenado a 18 anos e 6 meses de prisão.