O gaúcho Juliano Bolson Soares, 34 anos, natural de Caxias do Sul, foi assassinado na noite de terça-feira (14) na região do Rio Comprido, no centro da cidade do Rio de Janeiro. A Polícia Civil fluminense investiga o caso.
O fato ocorreu por volta das 20h30min da terça-feira. Conforme informações da família da vítima, Juliano pilotava uma motocicleta em direção a sua casa, quando foi abordado por dois suspeitos em uma tentativa de roubo. Durante a abordagem, dois policiais militares que estavam nas redondezas interviram, e tiros foram disparados. Os suspeitos fugiram, e o corpo de Juliano restou caído na calçada.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o caso, inclusive a possibilidade de o tiro fatal ter sido disparado pelos policiais militares que interviram na abordagem.
"A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga a morte de Juliano Bolson Soares. As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram apreendidas e diligências estão em andamento para apurar a autoria do disparo que atingiu a vítima e esclarecer todos os fatos", afirma a Polícia Civil por meio de uma nota.
Também em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirma que "equipes do Batalhão de Polícia de Choque realizavam deslocamento pela Rua Paulo De Frontin, no Rio Comprido, quando avistaram dois homens em luta corporal próximo a uma motocicleta. De acordo com os policiais envolvidos na ocorrência, ao se aproximarem da cena, foram realizados disparos de arma de fogo contra a guarnição, que revidou". Confira o comunicado completo abaixo:
"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Polícia Militar informa que, na noite de terça-feira (14/5), equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizavam deslocamento pela Rua Paulo De Frontin, no Rio Comprido, quando avistaram dois homens em luta corporal próximo a uma motocicleta. De acordo com os policiais envolvidos na ocorrência, ao se aproximarem da cena, foram realizados disparos de arma de fogo contra a guarnição, que revidou. Um dos envolvidos - suspeito de estar cometendo um crime - fugiu e o segundo - a vítima - foi atingido, não resistindo aos ferimentos. De imediato, a área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital acionada. Os policiais estavam portando câmeras de uso corporal individual e as imagens já estão sendo extraídas para análise e disponibilização aos entes competentes. As armas da equipe também já foram disponibilizadas à delegacia e o BPChq instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias do fato. A corporação colabora integralmente com as investigações".
"Era uma pessoa rara e vai fazer uma falta gigante", afirma irmã
Juliano era natural de Caxias do Sul, e atuava como gerente de tecnologia e processos em uma empresa localizada no Rio de Janeiro. Ele morava na capital carioca há pouco mais de um ano e meio junto com sua companheira, Luana, 38 anos, também natural de Caxias do Sul.
Segundo Débora Bolson, 40 anos, irmã de Juliano, ele estava distante apenas uma quadra de sua casa quando foi abordado. Ela ficou sabendo da morte do irmão após receber ligação de Luana.
— A gente nunca espera receber uma ligação dessas, foi um desespero terrível. O Juliano era uma pessoa extremamente amorosa, próxima da família, cativante. Era uma pessoa rara e vai fazer uma falta gigante — afirma Débora.
Também segundo a irmã da vítima, seus pais já estavam com passagens marcadas para quarta-feira (15), pois iriam visitar Juliano no Rio de Janeiro. O voo partiria originalmente de Porto Alegre na terça-feira (14), mas em razão da enchente que afeta a Capital, a partida foi adiada em um dia e transferida para Caxias do Sul.
— Toda a nossa família e nossos amigos morreram um pouco com o assassinato do Juliano — lamenta Débora.
O corpo de Juliano deve chegar a Caxias do Sul na manhã desta sexta-feira (17). O velório está previsto para iniciar na sexta mesmo, às 15h, no Memorial São José. Já o sepultamento ocorrerá às 15h do sábado (18), no Cemitério Parque.