O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) criou uma força-tarefa que atua no combate a crimes cibernéticos relacionados à tragédia vivida pelo Rio Grande do Sul. Entre os pontos que são apurados pela equipe, está a disseminação de fake news nas redes sociais.
— A intenção desta força-tarefa é impedir que a desinformação alarme e abale ainda mais a população que já está tão fragilizada neste momento — conta a diretora do Deic, a delegada Vanessa Pitrez.
Segundo Vanessa, medidas cautelares pedem a retirada de postagens e perfis que compartilham desinformação, com prazos ou pagamento de multas. Publicações que somavam mais de 50 milhões de visualizações e dezenas de perfis que divulgavam informações mentirosas já foram desabilitados, segundo Vanessa.
A diretora explica que o compartilhamento de fake news se enquadra no artigo 265 do Código Penal, que prevê como crime a conduta de interferir na segurança ou no funcionamento de qualquer serviço essencial para a população.
De acordo com as investigações, as notícias falsas observadas pela polícia relatam cenários exagerados, que narram a realidade de maneira sensacionalista e mentirosa, causando alarmismo e sensação de insegurança falsa na população, que já está vulnerabilizada.
Além disso, atrapalham as forças de segurança que têm de despender energia e tempo desmentido e se fazendo presente em pontos onde não são necessários.
— Até a gente cerificar de que isso é realmente uma fake news, autoridades policiais já foram acionadas pelas pessoas que viram essas postagens, demandando tempo para certificar in loco se a ocorrência é verdadeira ou não — explica a delegada.
Crimes que de fato ocorreram foram divulgados nos canais oficiais da polícia e da Secretaria da Segurança Pública. Segundo a diretora, não foi registrado aumento na criminalidade.
— Dizem que estão roubando muito mais, abusando mais. Isso não ocorreu. As taxas de criminalidade não aumentaram, mas podemos ter esta impressão pois os crimes estão concentrados e voltados para o contexto das enchentes — explica Vanessa.
Segundo a delegada, notícias que relatam que a Defesa Civil ou órgãos públicos estão dificultando ou impedindo resgates, doações e o trabalho de voluntários podem desmotivar estas iniciativas, além de gerar um problema ainda mais perigoso:
— Este tipo de mentira afeta a credibilidade das forças de segurança, que depende da colaboração do cidadão para realizar seu trabalho.
— Algumas pessoas que acreditam nestas fake news ficam indignadas e vão questionar e xingar servidores que estão trabalhando, atrapalhando o funcionamento de órgãos que servem à própria população — finaliza.
Checagens
O perfil do Instagram da Polícia Civil do Estado (@policiacivilrs) faz verificações de notícias falsas que circulam nas redes sociais e informa a população sobre ocorrências verdadeiras, que estão sendo investigados pela corporação.
Faça sua parte
- Verifique a veracidade das informações antes de compartilhar
- Siga os canais oficiais do governo e do Ministério Público para obter informações confiáveis
- Denuncie fake news à Polícia Civil em delegaciaonline@pc.rs.gov.br ou pelo WhatsApp 51 98444-0606
Fonte: Defesa Civil
* Produção: Camila Mendes