Os quatro criminosos que atacaram a agência do Banrisul de Amaral Ferrador, no sul do RS, na manhã de quarta-feira (7), já foram identificados pela Delegacia de Roubos do Departamento de Investigações Criminais (Deic). O bando, no entanto, ainda é procurado em uma área de mata em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo.
Conforme a diretora do Deic, delegada Vanessa Pitrez, os assaltantes possuem antecedentes criminais, mas nenhum relacionado a assaltos de agências bancárias. Os nomes não foram revelados.
Após o assalto, às 10h de quarta, o grupo montou um cordão humano e fugiu com dois reféns, que foram libertados e estão em segurança. Depois, seguiram até Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, onde abandonaram o veículo. É neste ponto que as buscas estão sendo concentradas, em uma área de mata.
Desde o final da manhã de quarta-feira, cerca de 80 agentes vasculham o local. Eles recebem apoio de dois helicópteros que sobrevoam a área em busca de pistas dos criminosos. Conforme a Brigada Militar, os assaltantes usam pelo menos duas armas longas e duas pistolas.
Em pelo menos dois momentos, houve disparos de arma de fogo. O primeiro foi durante o assalto, quando os bandidos atiraram para cima para assustar. Depois, houve confronto com uma barreira da polícia já em Encruzilhada do Sul, antes de ingressarem na mata.
Novo cangaço
O roubo em Amaral Ferrador tem características do chamado novo cangaço. Nessas ações, quadrilhas atuam em cidades pequenas — onde a força policial é menor —, com agências bancárias como alvo. Em geral, são tomados reféns e cidadãos são obrigados a formar cordão humano.
— Outro ponto que distingue essa ação de outras é a tentativa de criar um clima de terror, porque o terror congela as pessoas. Mas nós iremos enfrentar isso de maneira dura — complementa o subcomandante geral da BM, coronel Douglas Soares.
Amaral Ferrador, que tem cerca de 5,3 mil habitantes, já foi alvo de pelo menos oito ataques do tipo desde 2009. O mais recente havia sido em 13 de maio de 2022. O número de casos do tipo, que chegaram a ser 287 no Estado em 2015, tem caído.
Durante o roubo, os criminosos também renderam funcionários da segurança privada do banco e levaram armas e coletes.