Mais um caso de feminicídio é investigado pela Polícia Civil no Rio Grande do Sul. A agente de endemias da Secretaria de Saúde de Roque Gonzales, no noroeste do Estado, Íris Reuse da Silva, 53 anos, foi achada morta, assim como o companheiro dela, de 56 anos — o nome do homem não foi divulgado pela polícia. A suspeita é de que ele tenha assassinado a mulher e em seguida cometido suicídio.
Segundo a Polícia Civil, por volta do meio-dia de domingo (18), uma sobrinha da vítima foi até a residência, na Rua das Àguas, e encontrou os corpos. A suspeita da polícia é de que o crime tenha acontecido ainda durante a madrugada, logo após o casal retornar de um evento. O crime teria acontecido numa varanda que dava acesso à residência. A arma que teria sido usada pelo autor, um revólver, foi encontrada no local.
Há cerca de dois anos, a vítima chegou a procurar a polícia e registrou uma ocorrência contra o companheiro, envolvendo violência doméstica.
— Em 2022, houve um registro de ocorrência, envolvendo os dois. E um pedido de medida protetiva, por parte da vítima. Mas já estavam prescritas as medidas. Desde então, não tínhamos mais conhecimento sobre o relacionamento deles. Essas são as informações preliminares. Tudo agora precisa ser apurado — explica a a delegada Tanea Bratz, da Delegacia de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV) de São Luiz Gonzaga, responsável pela investigação do caso.
Ainda conforme a delegada, a polícia pretende agora ouvir testemunhas e outras pessoas próximas ao casal para entender o que motivou o crime.
— Precisamos aguardar também a perícia do local, que foi realizada pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias), a necropsia dos corpos e a perícia da arma. Tudo isso vamos ter que aguardar para ter mais respostas sobre o crime. A nossa linha de investigação neste momento é essa, de feminicídio, seguido de suicídio — afirma a policial.
Luto
O caso provocou comoção no município de Roque Gonzales, onde vivem cerca de 6,7 mil habitantes. Iris trabalhava como agente de endemias da Secretaria de Saúde do município havia cerca de 10 anos.
A prefeitura de Roque Gonzales emitiu um comunicado após a perda da servidora pública, lamentando o fato. Em razão do falecimento, os postos de saúde e a Secretaria de Saúde de Roque Gonzales foram mantidos fechados na manhã desta segunda-feira (19). "Pedimos a compreensão de todos, pois estaremos participando da despedida e sepultamento da nossa colega Íris", publicou a equipe da Secretaria de Saúde do município nas redes sociais.
O corpo de Íris foi enterrado na manhã desta segunda-feira (19) no Cemitério Católico de Roque Gonzales.
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190
- Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia Civil
- Se a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
- Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
- As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
Delegacia Online
- É possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.
Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180
- Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A Central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556
- Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública, na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
- Espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.