Uma operação da Polícia Civil de São Sepé, na Região Central, contra crimes de extorsão e associação criminosa, cumpriu nesta quarta-feira (13), 14 ordens judiciais. Oito pessoas foram presas em Porto Alegre, Charqueadas, e também em municípios de Santa Catarina.
A investigação teve início em 2021, a partir de uma ocorrência que apurou que um grupo estaria extorquindo vítimas por meio do golpe dos nudes. A vítima do caso que culminou na operação desta quarta é moradora de São Sepé.
Segundo a polícia, a quadrilha movimentou mais de R$ 1 milhão em golpes no Rio Grande do Sul. Os criminosos teriam comprado carros de luxo e apartamentos em praias no gaúchas e de Santa Catarina.
Neste tipo de estelionato, os criminosos criam perfis falsos de garotas que passam a conversar com homens nas redes sociais. Em seguida, eles começam a trocar imagens nuas pelo WhatsApp.
As extorsões começam quando um suposto pai da garota aparece, diz ao homem que a filha é adolescente e exige dinheiro para não levar o caso para a polícia e para a imprensa. Em seguida, aparecem falsas autoridades policiais afirmando que buscam tentar acordos.
Os criminosos se passavam por delegados e promotores e chegavam a falsificar documentos da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para enganar as vítimas. Em um dos casos, os golpistas simularam inclusive o suicídio de uma adolescente e passaram a exigir dinheiro para pagar o funeral em troca de não expor o caso.
Em um áudio interceptado pela polícia, o homem apontado como o chefe da quadrilha ensina outro criminoso sobre como abordar as vítimas. No treinamento, o chefe se passa por um delegado, enquanto o outro criminoso finge ser a vítima e, depois, seu advogado. O suposto policial afirma que está com o pai da adolescente na delegacia e diz que ele quer procurar a emissoras de TV. Afirma ainda que é crime trocar fotos nuas com menores de idade e pergunta se ele quer resolver da melhor maneira e afirma que vai pedir a prisão preventiva dele.
Os presos possuem idades entre 23 e 44 anos. São cinco homens e três mulheres. Os nomes das vítimas não foram divulgados.