Um dos três condenados em 2018 por tentativa de homicídio em um ataque a um grupo de judeus na Cidade Baixa, em Porto Alegre, ocorrido em 2005, Laureano Vieira Toscani foi preso novamente, na terça-feira (18), pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil. Condenado a 13 anos de prisão, ele estava em condicional, com uso de tornozeleira eletrônica.
No último dia 11, contudo, a 2ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre entendeu que ele havia fugido e detrminou a regressão de regime. Laureano estava no Foro Central da Capital quando a equipe do delegado Eric Dutra, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, foi informada sobre a ordem de prisão expedida. O mandado foi direcionado para esta delegacia pois é a unidade responsável atualmente pelos crimes contra a vida no bairro Cidade Baixa, onde Laureano e outros dois condenados tentaram matar judeus a facadas, na madrugada de 8 de maio de 2005, data que marcava os 60 anos do fim do holocausto.
— Foi uma prisão importante, de um indivíduo com ligação com grupo neonazista, assumidamente integrante de uma célula e com alto grau de periculosidade — disse Dutra.
Laureano ainda foi alvo de uma investigação sobre um encontro nazista realizado em São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina, pelo qual ele e outras sete pessoas foram presas em novembro de 2022, quando ele já estava na condicional pelo crime em Porto Alegre. Em abril deste ano, ele deixou a prisão por decisão da Justiça catarinense e voltou ao Rio Grande do Sul.
No mesmo mês, o programa Fantástico, da TV Globo, revelou a conexão de gaúchos com uma organização nazista internacional — um deles era Laureano. Na época, ele negou ser membro de comunidades internacionais e afirmou que o grupo era local.
Laureano está no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp). GZH tenta localizar a defesa dele para contraponto.
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