A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu em flagrante oito homens suspeitos de formarem uma célula neonazista de abrangência interestadual. Quatro dos criminosos são do Rio Grande do Sul. A operação ocorreu na segunda-feira (14), enquanto eles realizavam um encontro anual em um sítio em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis.
Com os criminosos, foram encontradas indumentárias supremacistas, ideologia que prega a superioridade de um grupo de pessoas, como brancos sobre negros, o que configura racismo. Os homens foram conduzidos à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e presos pelos crimes de associação criminosa e racismo. Seus nomes não foram divulgados.
De acordo com o delegado Arthur Lopes, que conduziu a investigação, essa célula neonazista funciona há aproximadamente seis anos e tem atuação no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Costuma realizar encontros com periodicidade e tem ligação com grupos de skinheads internacionais.
— Eles pregam a discriminação, o preconceito racial e fazem apologia ao nazismo. Cada um dos integrantes tem uma predileção. Uns por questões nacionalistas, outros, mais fãs de Hitler, outros, supremacistas brancos. Agem de forma complementar — diz o delegado.
A investigação também apontou que eles escolheram o município de São Pedro de Alcântara por se tratar da primeira colônia alemã em Santa Catarina, fundada em 1829. De acordo com o delegado, não é possível afirmar se há mais integrantes dessa célula neonazista ainda em atuação.
Segundo o g1, os homens têm entre 22 e 48 anos. Além dos quatro gaúchos, há um de Santa Catarina, um do Paraná, um de Minas Gerais e um de Portugal que mora no Brasil há vários anos.
Um deles usava tornozeleira eletrônica por ter sido condenado pela tentativa de homicídio decorrente de um ataque skinhead contra três judeus. O crime ocorreu em um bar no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005. Outro detido é denunciado por duplo homicídio decorrente de uma disputa entre lideranças de células neonazistas no Paraná, em 2009, mas ainda não foi a júri.
Ainda nesta terça, foi decretada a conversão da prisão em flagrante de todos em preventiva.