Mais cedo, nesta segunda-feira (7), escrevi com espanto sobre a perseguição à Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Ijuí, por pessoas que não aceitam o resultado das eleições presidenciais. Agora, outra notícia preocupante vem à tona, em reportagem do colega Humberto Trezzi: em Casca, no norte do RS, estabelecimentos comerciais e profissionais liberais estão sendo não apenas boicotados por sua suposta posição política, como provocados a adesivar as portas de seus negócios com a estrela vermelha do PT.
Para quem não lembra (ou finge esquecer), há menos de um século, as forças nazistas da Alemanha de Adolf Hitler decretaram que todos os judeus deveriam usar a estrela de seis pontas (chamada estrela de Davi) sobre um fundo amarelo para que pudessem se tornar visíveis a todos - eles eram considerados "inimigos internos". A insígnia passou a ser um estigma de exclusão e, mais tarde, do próprio Holocausto, com o extermínio em massa de milhões de pessoas.
Esse é um episódio de terror, vergonha e tristeza que a humanidade não pode e não deve esquecer, inclusive para não correr o risco de repetir os mesmos erros. Você pode argumentar que o que ocorre no interior do Rio Grande do Sul nada tem a ver com aquele período de trevas e que há exagero em vislumbrar possíveis semelhanças. Seja como for, isso já basta para causar arrepios. Precisamos parar por aí.
O caso está no Ministério Público e, por certo, ainda há muito a ser esclarecido. Enquanto as autoridades fazem a sua parte, é hora de "baixar as armas". A campanha eleitoral terminou. Basta de agressões, de perseguições, de mensagens virulentas. O resultado das urnas foi chancelado pelas instituições do Estado e pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. Como já escrevi outras vezes (e escreverei quantas julgar necessárias), o Brasil precisa de paz.