O início do segundo dia de audiências do julgamento do Caso Becker foi marcado por uma discussão entre Ministério Público Federal e as defesas dos réus. O primeiro depoimento, do então investigador e hoje delegado Gustavo Fleury deveria iniciar às 9h desta quarta-feira (28). No entanto, pela extensão prevista para esse depoimento - o primeiro, do delegado Rodrigo Bozzetto durou oito horas - os advogados pediram que as testemunhas de defesa que não serão ouvidas hoje sejam dispensadas.
O Ministério Público se opôs a liberação do perito aposentado do IGP Joel Ribeiro Fernandes, entendendo que ele deveria ficar isolado e incomunicável durante o depoimento do perito federal Marco Antônio Zatta, indicado pela acusação.
Foi neste momento que houve o clima mais tenso, com discussão envolvendo os advogados e os promotores.
Sem ter certeza se os dois peritos seriam ouvidos nesta sessão, o juiz pediu para que as partes chegassem a um acordo.
— É quase uma crueldade manter duas pessoas sentadas das 9h até as 22h dentro de uma sala — disse o magistrado.
A decisão foi então por liberar as duas testemunhas do isolamento e só pedir para que se apresentem novamente no Fórum quando houver previsão de ouvir a primeira. Zatta, como indicado pela acusação vai falar antes, enquanto Joel fica incomunicável.
Com a extensão do depoimento do delegado Bozzetto - ontem seriam ouvidas cinco pessoas, mas apenas ele falou - também houve uma segunda decisão a ser tomada. Uma das testemunhas de defesa, o médico Claudio Balduino Corrêa, tinha um voo marcado para Brasilia às 13h onde vai participar de uma sessão do Conselho Federal de Medicina. O acordo, neste caso, foi por dispensar o médico sob a condição que ele se apresente na Justiça Federal de Brasília ao ser convocado e preste depoimento por videoconferência.
A sessão teve início às 10h35min, com 1h30min de atraso.