O 9º Batalhão da Brigada Militar (BPM) deve abrir nesta sexta-feira (19) um inquérito para apurar a atuação de policiais em abordagem na Rua Professor Freitas e Castro, no bairro Azenha, em Porto Alegre, na noite de quinta-feira (18).
Segundo o comandante, o tenente-coronel Fabio Schmitt, os PMs realizaram um cerco em busca suspeitos armados que estariam em uma residência. Moradores do local, conhecido como Vila Cabo Rocha, relatam truculência dos brigadianos.
Uma mulher diz que teve a casa invadida por policiais, sem mandado ou aviso prévio. Esta mesma moradora afirma ainda que os PMs lançaram bomba de efeito moral contra populares e que ela foi empurrada. Ela conta ter sofrido uma queda e machucado a boca e o ombro.
O tenente-coronel Schmitt confirma que houve uso de gás lacrimogêneo. Ele diz que o objetivo era dispersar pessoas que estariam sendo hostis com os policiais.
O oficial relata que os três suspeitos que eram procurados fugiram ao avistar PMs no local, pularam muros e invadiram pátios de casas vizinhas. Durante a perseguição, foram apreendidos dois carregadores de pistola nove milímetros e munição. Os fugitivos não foram localizados.
Ainda conforme o comandante do 9º BPM, moradores reagiram à presença dos brigadianos e uma pedra foi arremessada na direção das viaturas.
— Quando acontece esse tipo de ação, diversas pessoas se reúnem na frente. Eles começaram a proferir ameaças às guarnições. Geralmente, a intenção é inibir a atuação no local ou até acobertar os fugitivos — avaliou.
Segundo o comandante Schmitt, a investigação do caso vai ouvir brigadianos e moradores.