A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (20) que concluiu o inquérito sobre o adolescente de 14 anos que foi apreendido em Maquiné, no Litoral Norte, na semana passada. Ele foi responsabilizado por ato análogo a terrorismo e apologia ao nazismo.
Conforme o inquérito, há ainda indícios suficientes sobre incitação a delitos relacionados a supostos planos para ataques em escolas. Este enquadramento se deve ao fato de que o investigado mantinha contato com outro adolescente, apreendido no mesmo dia, no Paraná — ambos conversavam sobre datas e ações em estabelecimentos de ensino.
O titular da Delegacia de Santo Antônio da Patrulha, mas que também está respondendo por Maquiné, delegado Valdernei Tonete, diz que o inquérito já foi remetido à Justiça. Ele apenas responsabilizou um dos dois adolescentes apreendidos na cidade na semana passada. O outro, que também tem 14 anos, não teve indícios apontados contra ele.
— Nós vasculhamos o telefone dele, ouvimos ele, inclusive o Ministério Público, e houve a decisão de não representar pela internação dele na Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo) — diz Tonete.
Ainda na semana passada, um terceiro adolescente de Maquiné foi conduzido para depoimento por suposto envolvimento nas ameaças. Contudo, após averiguação, ele foi liberado por não terem sido encontrados com ele materiais suspeitos.
Pais do adolescente responsabilizado
O adolescente responsabilizado por Tonete segue internado na Fase. Ele já havia admitido anteriormente que todos os objetos apreendidos em sua casa — como facas, simulacros de arma, capacete, soqueira, bandeiras e desenhos nazistas e fascistas — eram deles. Além disso, confirmou a elaboração de um plano para ataque em escola, mas sem data específica.
Os pais dele estão presos preventivamente desde a semana passada e respondem a outro inquérito, que é conduzido pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Eles foram ouvidos novamente na quarta-feira (19), negando qualquer tipo de incitação ao preconceito ou fomento a um possível comportamento violento do filho. O casal já havia alegado ainda que o adolescente tem problemas psicológicos.
Em relação a um vídeo, no qual o pai do adolescente aparece testando explosivos à margem de um rio, a investigação concluiu que se trata de uma gravação antiga e sem relação com ataques a escolas. O inquérito sobre os crimes aos quais o casal responde — apologia ao nazismo e organização criminosa — deve ser concluído na próxima semana.