Os pais do adolescente de 14 anos apreendido na semana passada em Maquiné, no Litoral Norte, suspeito de planejar um ataque a uma escola do município, foram chamados para um novo depoimento nesta quarta-feira (19). Os dois estão presos e permaneceram em silêncio na primeira tentativa da investigação de ouvi-los.
Desta vez, o casal negou qualquer tipo de preconceito, incitação ao preconceito ou fomento a um possível comportamento violento do filho, segundo o delegado Gabriel Bicca, da Delegacia de Polícia de Investigação Especiais, que conduziu o interrogatório.
— Nós vamos avaliar o depoimento junto com outras provas para remeter ao Poder Judiciário um contexto do que aconteceu — explica o delegado.
O inquérito deverá ser concluído até esta quinta-feira (20). Por enquanto, a polícia confirmou que o adolescente estava ligado a conteúdos nazistas há mais de três anos. Conforme Bicca, o comportamento do adolescente com relação à ideologia era público e ostensivo.
Além disso, com relação a um vídeo, no qual o pai do adolescente aparece testando explosivos à margem de um rio, a investigação concluiu de que se trata de uma gravação antiga, de mais de três anos, sem relação com ataques a escolas.
Materiais com conteúdos nazistas, facas, soqueiras e simulacros de arma de fogo foram encontrados na casa da família na ocasião da apreensão do adolescente, em 11 de abril. Os pais foram inicialmente conduzidos para depor e, posteriormente, detidos. A conduta dos pais estaria influenciando o filho e por isso o casal está sendo responsabilizado, em princípio, por apologia ao nazismo e organização criminosa. Internado na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), o adolescente responde por estas duas questões e também por ato análogo a terrorismo.
Outros dois jovens também foram apreendidos, mas um deles foi liberado e um terceiro foi encaminhado para a Fase. Ele também estaria envolvido no planejamento de ações em colégios. Os pais destes dois, segundo a polícia, não tinham conhecimento das práticas dos filhos.