A Polícia Civil indiciou por maus-tratos seguidos de morte a avó da bebê de um ano que foi hospitalizada, no fim do mês de março, com lesões pelo corpo em Alvorada, na Região Metropolitana. A menina não resistiu aos ferimentos, e o laudo pericial apontou que ela sofreu morte violenta, causada por hemorragia.
A criança foi levada pela tia ao Hospital de Alvorada, por volta das 18h do dia 21 de março. Ela tinha lesões no peito, na testa, nas pernas, nas costas e atrás das orelhas. Conforme a delegada Fernanda Generalli, que está respondendo temporariamente pela Delegacia da Mulher de Alvorada, a polícia não deve pedir a prisão da avó, de 49 anos, pois ela está colaborando com as investigações e mantendo endereços e telefones atualizados.
— Não foi pedida a prisão porque não há motivos, no caso concreto, de acordo com a lei. Além da avó estar colaborando, as provas apontam que não houve dolo no resultado morte — explicou Fernanda.
A polícia trabalha com a hipótese de a avó ter se excedido em algum "corretivo", porque a criança chorava muito. A avó nega as agressões.
O tio e a tia da criança, que chegaram a ser apontados como suspeitos, não foram indiciados. A polícia, por meio de provas periciais, quebras de sigilo telefônico e também por testemunhas, não encontrou indícios de que eles também praticavam os maus-tratos.
O pai contou à polícia que entregou a filha à irmã e à mãe por não ter condições de cuidá-la. A mãe da bebê seria dependente química e não teria contato com ela.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) ainda não se manifestou sobre o caso. Conforme a assessoria do órgão, não há prazo, mas na próxima semana deve haver uma definição sobre a denúncia.
O Conselho Tutelar não tem registro de maus-tratos envolvendo a família da bebê. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.