A primeira audiência do feminicídio da coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Porto Alegre, Débora Moraes, 30 anos, será realizada nesta quarta-feira (15). O feminicídio ocorreu em setembro do ano passado no bairro Agronomia, zona leste da Capital.
O suspeito, que é companheiro da vítima, foi preso dias depois do crime e segue detido, de forma preventiva. Ele ainda deve ser interrogado, em data a ser marcada. A Justiça pretende ouvir na audiência desta quarta-feira cinco testemunhas de acusação, incluindo dois policiais que atuaram no caso.
Os depoimentos ocorrem a partir das 15h30min, na 4ª Vara do Júri Especializado em Feminicídio do Poder Judiciário. O processo é conduzido pela juíza Cristiane Busatto Zardo e corre em segredo de Justiça. Familiares e integrantes do MAB anunciaram, há alguns dias, que objetivo é fazer uma vigília, com velas e balões, no entorno do Foro Central da Capital.
Relembre o caso
A coordendora do MAB foi encontrada morta na casa onde morava, no bairro Agronomia, no dia 12 de setembro de 2022. Segundo a polícia, na época, o companheiro acionou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), alegando que Débora havia cometido suicídio.
No entanto, a investigação da Polícia Civil encontrou elementos que indicavam assassinato. Segundo a perícia, havia sinais de enforcamento. Débora chegou a solicitar medida protetiva contra o companheiro em 2020, mas a ação já havia perdido a vigência e não foi renovada.
A polícia obteve novas provas e entendeu que tinha indícios suficientes de que estava diante de um feminicídio. Por meio de um mandado judicial, o companheiro da vítima foi preso de forma preventiva. Artefatos explosivos foram apreendidos na casa do investigado. Ele segue detido. Conforme a acusação, o casal tinha um relacionamento conturbado e a vítima estaria tentando se afastar do homem. Débora deixou uma filha de sete anos de idade.