Os dois réus pelo assassinato do líder comunitário Leandro Otenir Ribeiro Ribas, 43 anos, em janeiro de 2018, foram condenados pelo Tribunal do Júri na tarde desta segunda-feira (5). Paulo Silas dos Santos da Silva, 31, foi condenado a 24 anos de prisão. Já Pedro Patrick da Silva, 23, foi condenado a 20 anos e dois meses de prisão.
Esta foi a segunda vez que o julgamento dos mesmos réus foi realizado — em novembro o júri se iniciou, mas foi dissolvido. Conforme a promotora Lucia Helena Callegari, a pena aplicada aos réus está dentro que era esperado pela acusação.
A promotora explica que ambos foram condenados em todas as acusações por homicídio qualificado e por duas corrupções de menores por terem praticado crimes com o uso de adolescentes. Ela esclarece que a pena de Pedro Patrick da Silva ficou menor devido ao atenuante de menoridade, pois ele tinha menos de 21 anos de idade à época do crime
Além dos dois réus, outros dois homens chegaram a ser denunciados, no entanto, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes da participação deles e, por isso, não foram encaminhados para julgamento popular.
O crime
Os réus, conforme a denúncia apresentada pelo MP, integravam facção criminosa que tem berço no bairro Bom Jesus, na Capital. A área onde aconteceu o crime, na Vila São Luís, no bairro São João, na zona norte da Capital, estaria, naquele período, sob domínio de outro grupo criminoso.
A companheira do líder comunitário relatou que eles estavam voltando para casa, naquela noite, quando o veículo em que estavam foi abordado por criminosos. A mulher não chegou a presenciar a execução, porque ordenaram que ela saísse do carro e ingressasse num mercado, mas ouviu os disparos e encontrou Ribas já caído no chão, alvejado.
A assessoria de comunicação da Defensoria Pública do Estado, que representa os dois réus, informou que "respeita a decisão do júri, no entanto, irá recorrer nos autos do processo para tentar diminuir a pena dos réus condenados".