A Polícia Civil tenta desvendar um crime descoberto na madrugada desta segunda-feira (5) na zona norte de Porto Alegre. Um carro foi encontrado em chamas, numa estrada de chão na Vila Santo Agostinho, localizada no bairro Rubem Berta. Quando o fogo foi apagado, dois corpos foram achados dentro do porta-malas. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital.
Segundo o delegado Luis Firmino, a identificação das vítimas segue um mistério. A polícia aposta em registros de desaparecimentos recentes ou mesmo que a repercussão do crime possa levar algum familiar a notificar o sumiço dos dois.
— Os corpos estavam totalmente carbonizados. Não foi possível fazer a identificação. As mãos também foram carbonizadas — explica o delegado, sobre a possibilidade de chegar ao nome das vítimas por meio da análise das impressões digitais pela perícia.
Nesse cenário, a polícia espera que algum familiar possa ser identificado e que isso permita, por exemplo, realização de exame de DNA para chegar aos nomes das vítimas. O que se sabe é que se trata de um homem e de uma mulher. Ainda não se sabe, por exemplo, qual a relação entre eles, se eram realmente um casal ou se tinham algum outro parentesco. A vítima do sexo feminino aparentemente possui uma tatuagem na lateral do corpo.
— Pode ser uma forma de conseguir também a identificação, caso apareça algum parente. Também vamos pesquisar ocorrências de desaparecimentos — afirma Firmino.
Do crime, o que se conseguiu apurar no local é que havia fios metálicos próximos das mãos das vítimas. Isso indica que o casal pode ter sido imobilizado antes de ser colocado dentro do porta-malas. No homem foi localizada uma lesão na cabeça, que pode indicar um disparo de arma de fogo. Mas somente a perícia poderá confirmar isso e tentar chegar à causa da morte.
Veículo clonado
Uma possibilidade que já foi explorada pela polícia era tentar identificar o proprietário do veículo. Embora o Jeep Renegade tenha sido bastante danificado, as placas não foram completamente consumidas. Foi possível assim verificar que não havia registro de furto ou roubo. No entanto, nas primeiras horas os investigadores descobriram que o carro incendiado não estava com as placas originais. Trata-se de outro veículo, possivelmente furtado ou roubado, com placas clonadas.
— Localizamos o carro verdadeiro, e está numa revenda. Inclusive já falamos com o proprietário, e o carro segue na revenda. Então esse usado no crime é um carro clonado, com placas falsas. Ainda não sabemos de fato qual veículo foi utilizado — explica Firmino.
Uma possibilidade de identificar o carro é por meio da perícia, que pode tentar descobrir o número do chassi, por exemplo.
Trajeto
A polícia pretende ainda tentar obter imagens de câmeras que tenham flagrado o trajeto realizado pelo veículo. O ponto da Rua dos Maias onde foi encontrado o carro não possui câmeras próximas, o que dificulta a captura de alguma imagem do crime.
Sobre a motivação, segundo o delegado, ainda é cedo para apontar alguma possibilidade. No entanto, considera que se trata de uma execução, pelas características do crime. A forma como as vítimas foram encontradas se assemelha às práticas cometidas por grupos envolvidos no tráfico de drogas. No entanto, já que sequer as vítimas foram identificadas, outras hipóteses são apuradas.
— Não podemos descartar que esse crime tenha sido cometido por qualquer outro motivo — diz.
Colabore
- Quem tiver informações sobre o caso pode entrar em contato com a 3ª DHPP pelos telefones 051-3347-7270 ou 051-3347-7380.
- Também é possível entrar em contato com a Polícia Civil pelo 197 ou 0800-642-0121.
- Não é preciso de identificar.