A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está analisando imagens das câmeras de segurança para entender a dinâmica do ataque do último domingo (16), em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, que acabou causando a morte de Fernando dos Santos Lopes, nove anos.
Nesta quarta-feira (19), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o delegado André Serrão, que investiga o caso, afirmou que a polícia ainda não chegou à identificação dos autores dos disparos.
— Na terça-feira, a polícia foi atrás das imagens da localidade que conseguiu ilustrar parte da dinâmica, que foi bastante esclarecedora, e mostrou que pelo menos dois atiradores participaram dessa emboscada na Rua Valparaíso — disse Serrão, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
O delegado destacou que a investigação está trabalhando com a hipótese de que a criança tenha sido vítima de uma bala perdida. Segundo Serrão, o ataque aconteceu por volta das 17h40min de domingo, quando um Prisma, no qual estavam os atiradores, teria fechado a passagem de um Peugeot, que seria tripulado pelo alvo do ataque — um homem de 24 anos.
— Um deles (criminosos) teria desembarcado de um lado e, de outro, teria saído outro atirador — explicou o delegado, justificando que não fica claro nas imagens se há um terceiro envolvido.
Conforme Serrão, eles então começam a disparar em direção ao alvo do ataque, que conseguiu escapar. O garoto foi atingido nessa troca de tiros. Relatos de testemunhas e imagens das câmeras de segurança corroboram a linha de apuração de que o menino não seria o alvo dos ataques (veja vídeo acima).
— A polícia tem os meios necessários para chegar na autoria. A gente não está economizando esforços — disse o delegado.
Os criminosos queimaram e abandonaram o Prisma usado na ação, que havia sido roubado, na Avenida Floresta, Vila Palmeira. Segundo o delegado, a investigação vai refazer esse trajeto entre o local do ataque e o ponto onde estava o carro.
— Vamos refazer o trajeto entre o local dos tiros e onde o carro foi encontrado queimado. Também iremos buscar câmeras que possam ter registrado a passagem deles — diz o delegado.
O homem ferido no Peugeot prestou depoimento nesta terça-feira e, conforme o delegado, não acrescentou nada de relevante. O menino chegou a ser hospitalizado e morreu na manhã de segunda-feira (17). Ele foi sepultado na tarde de terça-feira no cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.
Serrão afirmou que no local onde aconteceu o crime, no bairro Santo Afonso, existe um histórico de violência. Ele disse que há atuação de uma facção na região e que trabalha com a possibilidade de que esteja havendo um conflito interno entre os criminosos. No entanto, não se sabe até o momento se essa possível disputa teria relação com o ataque do último domingo.
O delegado reforçou ainda que as investigações ainda estão no início. Ele também afirmou que a apuração também busca saber se os registros recentes de violência do bairro estão relacionados com a guerra de facções criminosas registrada em Porto Alegre neste ano.