Correção: Josenildo Tiago da Silva, o Nito, e Edinilson Silva dos Santos (também conhecido como Nito) não constam na lista dos apenados que foram transferidos para fora do Estado, conforme publicado das 12h35min às 14h43min de 15/09/2022. Foram incluídos na lista de transferidos Rodolfo Silva Charão e Luis Henrique Gravi Silveira. O texto já foi corrigido.
Na madrugada desta quinta-feira (15), 13 homens foram transferidos de penitenciárias do RS, suspeitos de envolvimento na nova onda de violência provocada pela guerra de facções em Porto Alegre. O comboio com os presos deixou a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) às 5h50min, em uma ação que envolveu ao menos 300 agentes e 30 viaturas.
Os presos isolados isolados na quarta fase da Operação Império da Lei serão enviados para prisões federais em três cidades: Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Porto Velho, em Rondônia, e Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Além dos 13 presos transferidos nesta quinta-feira, outro apenado já havia sido isolado no mês passado. Ele estava em Pelotas e foi enviado para Campo Grande.
Os 13 criminosos transferidos são integrantes de quatro facções diferentes: uma delas criada dentro de prisões da Capital, outra que surgiu na Vila Cruzeiro, uma com berço no bairro Bom Jesus e uma com base no Vale do Sinos.
Segundo a polícia, dos 13 transferidos, 12 respondem por homicídios, entre outros crimes. Um dos presos isolados é apontado como responsável por 23 homicídios dolosos, outro responde por latrocínio (roubo com morte). Um dos presos soma 59 passagens por tráfico de drogas.
Há ainda outros dois criminosos que haviam sido transferidos anteriormente para fora do Estado e iriam retornar em breve, mas o governo gaúcho conseguiu na Justiça a permanência deles fora do RS. Paulão da Conceição, preso em operação na última semana, não integra a lista de presos transferidos.
Os 13 transferidos
André Silva Dutra, o Gordo Dé
Teria envolvimento em 15 homicídios dolosos, lavagem de dinheiro, ameaça, porte ilegal de arma de fogo, falsa identidade e roubo de veículo. Ele é considerado uma das principais lideranças do tráfico de drogas, especialmente em bairros da Capital, como o Rubem Berta, no loteamento Timbaúva, e no Mario Quintana.
Em 2013, Gordo Dé foi apontado como um dos envolvidos em um roubo a um ônibus, que foi arremessado contra a residência de um rival em Alvorada. Em 2018, ele rompeu a tornozeleira 39 minutos após a colocação.
Ele voltou a ser preso em 2020 em Bombinhas, Santa Catarina, em uma ação da Polícia Civil do RS. Na ocasião, a instituição o definiu como um dos criminosos mais procurados do Estado.
Antonio Nunes Pereira, o Toninho
Teria envolvimento em crimes como homicídio doloso, ao menos 13 vezes, tráfico de drogas, organização criminosa, coação no curso do processo e porte ilegal de arma de fogo.
Em 2018, Tonhinho, como é conhecido, acumulava 13 condenações com penas que ultrapassavam 205 anos de prisão. Ele teria relação com mortes e tráfico de drogas na zona leste de Porto Alegre.
Jair de Oliveira, o Jair Cabeludo
Teria envolvimento em tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, homicídio doloso, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Apontado como líder de uma facção criminosa que tem base no Vale do Sinos, ele foi condenado a 50 anos de prisão nesta semana. Jair já estava preso preventivamente desde 2020 por suspeita de participação em uma série de crimes, e seria responsável por comandar esquema milionário de lavagem de dinheiro.
Ele seria um dos envolvidos na compra de uma fazenda no Mato Grosso avaliada em R$ 42 milhões e com cerca de 140 mil hectares — ou seja, quase três vezes o tamanho da área de Porto Alegre.
Édson Marcelo Santos de Oliveira, o Edinho/Dídio
Teria envolvimento em três homicídios dolosos, organização criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico, dentre outros.
Luan Barcelos da Silva
Teria envolvimento em crimes como tráfico de drogas, roubo com morte, organização criminosa e lesão corporal. Segundo a polícia, ele também foi condenado por assassinar seis taxistas em uma onda de crimes que aterrorizou o Estado em 2013.
Luciano Alves Pereira, o Nelinho Véio
Envolvimento em 16 roubos, tráfico de drogas, homicídio doloso, ameaça, dentre outros.
Ele foi um dos condenados pela morte do traficante Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), em maio de 2015. Por este crime, ele recebeu pena de 27 anos de reclusão, além de outros 61 anos por outros crimes.
Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta
Ele tem envolvimento em crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, além de 13 homicídios doloso.
Em 2018, o criminoso conhecido como Júnior Perneta, apontado como um dos líderes da facção do bairro Bom Jesus, foi preso pela Polícia do Paraguai, na cidade de Encarnación. À época, a Secretaria da Segurança Pública do RS afirmou que ele era o foragido mais procurado do Estado e considerado de alta periculosidade. Ele esteve também em uma lista da Interpol sobre foragidos.
Marcus Diego Brignol Vaz, o MD
Segundo a polícia, o homem teria 59 passagens por tráfico de drogas, além de 54 por associação ao tráfico. O homem também é apontado por envolvimento em homicídio doloso, organização criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Marlon de Abreu Azevedo, o Milico
Segundo a polícia, ele tem participação em 17 homicídios dolosos, possui seis passagens por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Conhecido como Milico, o preso também foi um dos criminosos transferidos de prisão dentro do RS em abril, na primeira onda da guerra de facções. Ele é considerado uma das lideranças do grupo que surgiu na Vila Cruzeiro.
Rafael Telles da Silva, o Sapo
Ele é apontado por envolvimento em nove homicídios dolosos, tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, dentre outros.
Conhecido como Sapo, ele é considerado uma das principais lideranças criminosas recolhidas no sistema prisional e integra a facção com berço no bairro Bom Jesus, na Capital.
Valdeni Alves da Silva
É apontado por envolvimento em três homicídios dolosos, três roubos e teria passagens também por tráfico de drogas, além de outros crimes.
Rodolfo Silva Charão de Lima, o Charão
Tem entre antecedentes criminais indiciamentos por homicídios, tráfico de drogas, roubo e extorsão. Membro da facção com berço no Bom Jesus, já foi sentenciado a pelo menos 40 anos de prisão. Esta é a quarta vez que Charão é enviado para penitenciária federal. Ele esteve entre os isolados em agosto de 2018, novembro de 2020 e julho de 2021.
Luis Henrique Gravi Silveira , o Rique
Conhecido como Rique, tinha atuação nas cidades de Dom Pedrito, Bagé e São Borja. Pertence a organização criminosa do Vale do Sinos e tem antecedentes por latrocínio, tráfico, homicídio e também por coação no andamento processual. Já foi condenado a pelo menos 50 anos de prisão e está sendo encaminhado pela segunda vez para penitenciária federal.