A Polícia Civil localizou no fim da noite de quarta-feira (3) um depósito de armas e de drogas no bairro Mario Quintana, zona norte de Porto Alegre. Um homem foi preso em flagrante, e foram apreendidos entorpecentes, fardas e munição, inclusive de fuzil. Havia ainda uma espingarda, um revólver e três pistolas, sendo uma delas da Polícia Militar de São Paulo.
A ação foi realizada pela 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), que começou há 10 dias com o monitoramento de integrantes de uma facção que tem base na zona leste da Capital. Os agentes perceberam que, em alguns dias, um homem entrava e saía do local com mochilas grandes. Ele usava um carro para se deslocar na região.
Com a obtenção de mais provas, a polícia decidiu realizar a ação na noite passada. O investigado estava saindo da residência e entrando no carro quando foi abordado. Com ele — que não teve o nome divulgado —, havia cerca de 200 gramas de cocaína, mas, no interior da casa, os agentes localizaram o restante do material.
Foram localizadas as cinco armas, sendo duas com a numeração raspada. Em relação à pistola da polícia paulista, a instituição será comunicada do fato pelo Denarc.
Também havia mais de 500 tipos de cartuchos, sendo mais de 150 de fuzil, além de nove carregadores, cinco radiocomunicadores, lanterna e fardas, bem como meio quilo de cocaína e diversos cadernos com movimentação financeira da facção. O veículo também foi apreendido.
O Denarc já entrou em contato com o Departamento de Homicídios. A suspeita é de que o armamento e os demais materiais que estavam no depósito eram usados em confrontos ou execuções na Região Metropolitana.
A polícia, inclusive, vai averiguar se alguma das armas pode ter sido usada no duplo homicídio ocorrido em uma avenida e em uma padaria no Loteamento Timbaúva, também no bairro Mario Quintana, na última terça (2). No entanto, o delegado Gabriel Lourenço, da Delegacia de Homicídios que abrange esta região, diz que nada está confirmado, apesar de não descartar no momento qualquer possibilidade.
O Denarc ainda informa que o grupo criminoso que mantinha o depósito teve um prejuízo estimado em R$ 300 mil.