Os órgãos públicos gaúchos que trabalham em ações de combate à violência contra a mulher vão ampliar a parceria com a iniciativa privada. Nesta sexta-feira (26), foi lançado um projeto para elaboração do chamado Selo de Responsabilidade Social. A ideia é conscientizar as empresas sobre a temática no ambiente de trabalho. A iniciativa é do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher - Em Frente, Mulher.
Os participantes do projeto, que reúne além de integrantes de órgãos do Poder Executivo do Estado, também do Ministério Público e do Judiciário, vão se reunir para discutir os requisitos para que essas empresas obtenham esse selo.
— Enquanto Polícia Civil a gente tem uma grande expectativa em trazer essa responsabilidade social também para as empresas. O feminicídio, violência contra a mulher não podem ser vistos de forma alguma como uma responsabilidade só do governo — destaca a diretora da Divisão de Proteção à Mulher da Polícia Civil gaúcha, delegada Cristiane Pires Ramos.
Os temas ainda serão definidos, mas as empresas terão de executar ações de acolhimento, implantação de ouvidoria, definição de políticas preventivas, como rodas de conversas com mulheres e homens, por exemplo.
— Conclamamos todas as empresas a assumirem a responsabilidade, papel que é só delas na construção de uma sociedade que respeita e valoriza a vida das mulheres — sustenta Daniela Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon.
O comitê tem como objetivo fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas.
A iniciativa lançada nesta sexta faz parte das celebrações do mês de conscientização sobre a violência contra a mulher. Em agosto de 2006, foi promulgada a Lei Maria da Penha, instituída com o objetivo de punir com mais rigor os agressores no âmbito doméstico e familiar.
— É um passo inicial que está se dando para buscar a responsabilidade social das empresas no tema da violência contra a mulher, o que é muito importante — observa o delegado Antonio Padilha, secretário-executivo do programa RS Seguro, que é vinculado ao gabinete do governador.