Após uma provável retomada do conflito entre facções criminosas atuantes em Porto Alegre, agentes da Polícia Civil se mobilizam na tarde desta quinta-feira (25) para combater a violência na Vila Cruzeiro e na Lomba do Pinheiro. Até as 19h30min, duas pessoas haviam sido presas. Uma delas estava foragida em razão de um triplo homicídio ocorrido em 2016. O outro foi flagrado com cerca de 50 gramas de maconha embaladas para venda.
A ação ocorre em meio a um aumento de homicídios nas últimas semanas. Conforme a Polícia, somente neste mês de agosto foram registradas 22 ocorrências desse tipo na capital. No mesmo período do ano passado haviam sido 15.
— O objetivo não é necessariamente prender pessoas, já que não há mandados expedidos, mas sim buscar informações sobre homicídios, buscar possíveis suspeitos, testemunhas, veículos que possam estar envolvidos nos homicídios que estão sendo investigados. Assim esperamos que nossos trabalhos possam ser aprimorados a partir dessa inserção — afirma a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento Estadual de Homicídios da Polícia Civil.
A operação, denominada Contenção, busca identificar pessoas ligadas às organizações criminosas e buscar informações que ajudem na investigação de ocorrências recentes, como a da cabeça encontrada em um saco de lixo na rua Cruzeiro do Sul na última quarta-feira (24) e do corpo decapitado que foi localizado dentro de um carro que foi incendiado no bairro Belém Velho. Segundo a Polícia Civil, os casos possuem relação direta com o conflito. Os responsáveis pelo crime estão sendo procurados. Policiais seguem trabalhando para elucidar os casos.
Conforme os agentes, os dois grupos alvos da operação são os mesmos responsáveis pela escalada de violência na mesma região entre os meses de março e abril. Na ocasião, a polícia afirmou que a motivação seria uma dívida referente ao tráfico de drogas. O conflito entre os grupos foi sufocado, semanas depois, após diferentes medidas tomadas por forças de segurança, como a transferência de presos que estariam ordenando os ataques de dentro das prisões.
Segundo a Polícia Civil disputa entre os grupos teria, no entanto, reacendido em 21 de junho, quando uma liderança do grupo atuante na Cruzeiro foi morta.
Os trabalhos são coordenados pelo departamento de Homicídios e mobilizam cerca de 60 agentes das seis delegacias da Capital especializadas na questão.