Peritos do Instituto-Geral de Perícias do RS analisam partes de um corpo encontrado em Porto Alegre para verificar se eles pertencem a mesma pessoa e confirmar a identidade da vítima. O caso é investigado pela delegacia de Homicídios da Capital.
No começo da manhã de quarta-feira (24), uma cabeça foi encontrada dentro de um saco de lixo em uma rua da Vila Cruzeiro, na Zona Sul. Horas depois, na madrugada desta quinta-feira (25), um corpo foi encontrado sem a cabeça dentro de um veículo incendiado no bairro Belém Velho, também na zona sul da Capital.
A Polícia Civil aguarda a prova técnica para identificar o corpo, mas indícios apontam que se trata de um homem ligado ao grupo criminoso que atua na Vila Cruzeiro.
A principal linha de investigação é que ele teria sido morto por uma facção rival, nascida no Vale do Sinos. Os dois grupos teriam retomado os conflitos, que também foram registrados em Porto Alegre em março. A motivação para o retorno da guerra entre as facções ainda é investigada pela polícia. Uma das hipóteses é de que ela foi retomada depois que uma liderança do grupo atuante na Cruzeiro foi morta no fim de junho.
De acordo com o diretor da Divisão de Homicídios da Capital, delegado Eibert Moreira, dois tipos de perícia estão em andamento neste momento:
— A primeira irá verificar se a amostra de DNA do corpo encontrado confere com a de uma pessoa que acreditamos ser um familiar dele. O outro teste irá verificar se a cabeça e o corpo encontrados pertencem a mesma pessoa.
Ainda conforme a polícia, a divisão de inteligência confirmou que o carro que deixou a cabeça na Vila Cruzeiro é o mesmo encontrado incendiado, com o corpo dentro, no bairro Belém Velho.
Cabeça foi achada dentro de saco plástico
Na manhã de quarta-feira, a cabeça foi localizada dentro de um saco de lixo na Rua Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza. Ela foi jogada no local por indivíduos que passaram de carro pela via, por volta das 6h30min. Cerca de meia hora depois, um catador de lixo encontrou o saco plástico e acionou a polícia. O rosto decapitado apresentava lesão que aparenta ter sido provocada por disparo de arma de fogo, além dos cortes no pescoço.
O delegado Gabriel Casanova Dantas, que atendeu a ocorrência, a definiu como "atípica", possivelmente feita para demonstrar poder.
— É uma ocorrência de violência acima do normal. Quando há esse tipo de violência a ponto de decapitarem uma pessoa, o intuito é justamente mostrar poder, provocar temor sobre outra facção. Isso ocorre geralmente em ações que envolvem grupos que atuam no tráfico de drogas — diz Dantas.
Já a outra parte de um corpo foi encontrada dentro de um carro incendiado durante a madrugada desta quinta-feira na Estrada Antônio Borges, no bairro Belém Velho. Um morador da região chamou o Corpo de Bombeiros por conta do incêndio do veículo. Após apagarem o fogo, os agentes encontraram o corpo carbonizado no banco de trás do carro. O veículo, um Hyundai HB20, que foi totalmente queimado, tinha placas de Canoas, na Região Metropolitana.