A investigação da morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste, cumpriu três mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (24). Os alvos foram as residências dos três policiais militares investigados. O carro particular de um deles — um Onix — foi apreendido. A informação foi confirmada pelo delegado Luís Eduardo Benites, da 9ª Delegacia de Polícia Regional. Mas não foi informado a qual dos suspeitos pertence o veículo nem qual o motivo para a apreensão.
Ainda de acordo com o delegado Benites, outras diligências serão realizadas nesta quinta-feira (25). Porém, ele não informou quais medidas judiciais serão cumpridas para não atrapalhar as investigações. Além disso, está prevista para esta quinta uma reunião da equipe que trabalha no caso para avaliar os resultados até o momento.
Os soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima e o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen estão detidos no Presídio Militar em Porto Alegre. Conforme o delegado Benites, um novo depoimento deles será agendado após o resultado da perícia que vai apontar a causa da morte de Gabriel.
O jovem desapareceu no dia 12 de agosto e seu corpo foi encontrado num açude, na localidade de Lava Pé, uma semana depois. Ele foi visto pela última vez sendo colocado algemado dentro de uma viatura da Brigada Militar.
GZH fez contato com as defesas dos três policiais investigados. A advogada Vânia Barreto, que representa os dois soldados, afirmou que "embora se trate de um procedimento que causa constrangimento à pessoa que tem sua casa e seus bens revistados pelas autoridades, as famílias dos investigados estão tranquilas, porque não vão achar nada de irregular ou ilegal".
Questionada sobre a apreensão do veículo, se pertence a algum dos seus clientes e qual o motivo dessa apreensão, ela afirmou que não pode dar mais detalhes devido a determinação de sigilos das investigações pela Justiça.
O advogado Mauricio Adami Custódio, que defende o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, disse que o veículo apreendido não foi do seu cliente.
— A defesa recebe com estranheza o cumprimento do mandado de busca e apreensão, embora seja um procedimento comum às investigações, já que o celular do segundo-sargento foi entregue voluntariamente e a defesa sempre se colocou à disposição para entregar qualquer objeto que fosse importante à investigação — afirmou Custódio.
O advogado revelou que esteve com o segundo-sargento no Presídio Militar em Porto Alegre por três horas na quarta-feira. Ele diz que o cliente reforçou que é inocente e se colocou à disposição de qualquer ato, inclusive, que participará da reprodução simulada dos fatos, quando essa for realizada.