A juíza Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal de São Gabriel, decretou, na tarde desta terça-feira (23), a prisão preventiva dos três policiais militares investigados pela morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos. A decisão atende ao pedido da Polícia Civil, que apura o possível envolvimento dos brigadianos no caso. Para a autoridade policial, há elementos suficientes que indicam a ocorrência de homicídio doloso duplamente qualificado.
A magistrada decretou a prisão preventiva dos policiais visando a garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal. Os policiais estão detidos no presídio militar de Porto Alegre, onde devem permanecer.
O Ministério Público (MP) também emitiu, na tarde desta terça-feira, um parecer favorável à prisão dos policiais militares que foi encaminhado à Justiça. O parecer foi assinado pela promotora Lisiane Villagrande Veríssimo da Fonseca “entendendo haver elementos que indicam a ocorrência de crime doloso contra a vida”.
Os policiais – os soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima e o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen – já estão presos desde a sexta-feira (19) por determinação da Justiça Militar. O decreto ocorreu em função de irregularidades na condução da ocorrência.
Gabriel foi abordado no final da noite da sexta-feira (12), no bairro Independência, em São Gabriel. Levado na viatura pelos três PMs, não foi mais visto. O corpo do jovem foi encontrado na última sexta-feira, em um açude, na localidade de Lava Pé, a dois quilômetros de onde ocorreu a abordagem.
Na ocorrência, os PMs haviam registrado que revistaram Gabriel e o liberaram. Com o sumiço, foram ouvidos em Inquérito Policial Militar e admitiram ter levado Gabriel para a localidade Lava Pé. Alegando inocência, as defesas disseram que foi ele quem pediu para ser deixado naquele local, pois estaria procurando a casa de familiares.