O primeiro semestre de 2022 registrou 2.299 roubos de veículos no Rio Grande do Sul, 15% a menos do que os 2.706 do mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (14) pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP).
A redução é fruto de um trabalho integrado entre Polícia Civil e Brigada Militar, centralizando as ocorrências de Porto Alegre, por exemplo, na Delegacia de Roubos de Veículos do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic).
— Antigamente, era o delegado de cada região que investigava cada roubo, e hoje nós conseguimos conectar os casos centralizando as investigações. A Delegacia de Roubos de Veículos do Deic é uma das maiores do Estado em número de policiais, o que também é fundamental para que a gente possa frequentemente deflagrar operações que efetuem as prisões — explica o diretor do Deic, delegado Sander Ribas Cajal.
Ainda que a média de roubos esteja em 12 ocorrências por dia no Estado — e de cinco por dia na Capital —, as forças de segurança ressaltam que a melhora da estatística ocorre em meio à melhora conjunta de outros indicadores gerais de ameaças ao cidadão. Segundo Cajal, a abordagem de ladrões de carro em Porto Alegre é agressiva e, na maioria das vezes, à mão armada, o que aumenta o risco à população. Neste ponto, a presença da BM nas ruas se consolida como um apoio eficiente às investigações.
— Conversamos todos os dias com os policiais que fazem abordagens em várias regiões da cidade. Eles nos enviam imagens dos suspeitos, o que nos possibilita identificar ladrões mostrando diretamente as fotos deles às vítimas que tiveram seus veículos roubados — detalha o delegado.
O registro visual das ocorrências é feito principalmente por meio de vigilância em tempo real desempenhada pelo Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI). São mais de 400 câmeras fornecendo localização e trajetória de veículos roubados em vias de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Esta integração e consulta às imagens resultou em 195 prisões, considerando todos os tipos de crimes, e na recuperação de 10 veículos.
— O cercamento eletrônico é uma ferramenta muito importante. A prefeitura nos concedeu acesso ao sistema, para cadastrar e consultar carros procurados no banco de dados. Isso ajudou muito o nosso trabalho — ressalta.
Cajal comenta, ainda, que boa parte da atividade criminosa vista nas ruas é ordenada de dentro de presídios. A atenção do Deic a esta demanda é mais um ponto que justifica o resultado positivo do semestre, na análise do delegado.
— Além deste trabalho abrangente que efetua prisões na Região Metropolitana, temos indiciamentos e prisões também de lideranças das organizações criminosas. Mesmo que o mandante já esteja cumprindo pena, conseguimos pedir indiciamento por um novo crime e solicitar uma extensão da permanência dele em regime fechado — enaltece.