Após ser encerrada a fase dos depoimentos de testemunhas, passaram a ser ouvidos na tarde desta quinta-feira (23) os réus pelo assassinato de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos. O adolescente morreu em 1º de agosto de 2015, após ser agredido e atingido por garrafadas na saída de uma festa. São julgados Leonardo Macedo da Cunha, Peterson Patric Silveira Oliveira e Vinicius Adonai Carvalho da Silva. Este é o primeiro de três júris previstos para ocorrerem neste ano.
O interrogatório de Leonardo Macedo da Cunha, primeiro réu a depor, começou por volta de 14h30min e durou cerca de uma hora. Leonardo admitiu somente ter dado um chute no pai de Ronei Júnior, o engenheiro Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, 55 anos, que havia ido até o local buscar o filho de carro. O réu negou que tenha agredido as demais vítimas de qualquer outra forma.
Cunha alegou que entrou na briga, naquela madrugada, porque alguém teria dito que o amigo Jhonata Paulino da Silva Hammes, também réu no processo, havia se envolvido em uma confusão. Repetidas vezes, o réu afirmou que o pai de Ronei Júnior estava com uma garrafa na mão.
— O Jhonata está caído no chão, o pai está com uma garrafa na mão e vai em direção ao Jhonata. Eu dei o chute nele. Ele estava de frente. Eu caí no chão. Eu estava muito bêbado — narrou.
Logo depois, ao ser questionado novamente, o réu afirmou que ele não arremessou as garrafas.
— Quando eu dou a voadora nele, é muita garrafa. Veio garrafa de tudo que é lado — disse.
Esse momento fez o juiz Jonathan Cassou dos Santos questionar o réu sobre que tipo de golpe ele acertou no pai de Ronei Júnior, já que em dado momento ele narrou como sendo um chute e em outro como uma voadora. O réu alegou que foi um chute.
Quando questionado se os outros réus que estão sendo julgados estavam no local, Cunha afirmou que Silva lhe ajudou a se levantar após ele ter caído durante a briga. Sobre Oliveira, alegou não ter lhe visto no local. O réu também relatou que uma amiga de Ronei Júnior, que consta no processo como vítima de tentativa de homicídio, arremessou de dentro do carro uma garrafa na direção a ele, mas não o acertou.
Após responder perguntas do Ministério Público e das defesas, Leonardo ainda prestou esclarecimentos sobre questionamentos feitos pelos jurados. O réu foi perguntado se em algum momento soube o motivo pelo qual Jhonata estava caído no chão, e ele afirmou que não, porque foi preso três dias depois.
— Me sinto arrependido, senhor juiz. Nunca perguntei. Não queria me envolver — disse.
Após o depoimento de Cunha, o julgamento foi para um breve intervalo. Na sequência, às 15h45min, foi dado início ao depoimento do segundo réu: Peterson Patric Silveira Oliveira, 26 anos. Logo depois, seria ouvido ainda o réu Vinicius Adonai Carvalho da Silva.
A previsão até o momento é de que o julgamento nesta quinta-feira seja encerrado logo após o depoimento dos réus e de que os debates entre acusação e defesas sejam realizados nesta sexta-feira (24). É também no terceiro dia que os jurados deverão decidir se os três réus são culpados ou não pelos crimes.