O segundo dia do júri de parte dos réus no processo que apura as responsabilidades pela morte de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, de 17 anos, começou pouco depois das 9h desta quinta-feira (23). O adolescente foi morto após uma briga na saída de uma festa, em 1º de agosto de 2015, em Charqueadas.
Na abertura da sessão houve a dispensa de duas testemunhas. Elas não compareceram no primeiro dia e não teriam se mantido incomunicáveis, como exige a lei.
O primeiro a depor foi Leandro de Souza Silveira. Ele era vigilante do supermercado que fica em frente ao Clube Tiradentes e estava de plantão na noite da briga que terminou na morte de Júnior. Segundo Silveira, havia “um monte de gente em cima do carro e em cima do senhor Ronei (pai da vítima)”.
— E ele (Ronei Faleiro, pai de Júnior) tentava afastar as pessoas do carro. Acho que tinha umas trinta pessoas em cima deles — contou o vigilante.
De acordo com o Silveira, “coisas” eram jogadas na direção e para dentro do carro onde estavam Ronei, Ronei Júnior e o casal de amigos do adolescente, Richard Saraiva de Almeida e Francielli Wienke. A testemunha disse que presenciou o pai da vítima levando muitos socos e chutes.
— Era muita gente em cima de um cara sozinho — afirmou Silveira.
A testemunha chegou a dizer que no outro dia dos fatos, quando ficou sabendo que alguém havia morrido, achou que teria sido o pai de Júnior, diante de tantas agressões que ele sofreu.
— Ele se defendia do jeito que podia — lembrou.
Quando perguntado se reconhecia os três réus naquela noite do crime, disse que sim. Relatou que viu o réu Peterson Patric Silveira Oliveira arremessando garrafas em direção ao carro onde estavam as vítimas.
— Eles comemoravam ao final, jogando garrafas pra cima — disse o vigilante ao recordar o comportamento dos agressores quando o carro de Ronei partiu do local em alta velocidade, fugindo do local.
Gustavo Barth foi a testemunha ouvida na sequência. Ele pediu para falar sem a presença dos réus e solicitou que não houvesse transmissão em vídeo do depoimento. Segundo registro do depoimento, a que GZH teve acesso, ele disse que estava na porta do Clube Tiradentes quando os fatos aconteceram. Assim que a festa terminou, Ronei, o pai, foi buscar Júnior, e daria carona para Richard e Francielli.
Barth disse que soube que queriam "pegar" Richard, porque ele era morador de São Jerônimo. A "pancadaria" começou, conforme a testemunha, assim que as vítimas desceram a escada do clube. O depoente afirmou acreditar que a briga foi iniciada por Jhonata (o réu Jhonata Paulino da Silva Hammes, que será julgado em outra data).
Além de Jhonata, a testemunha disse reconhecer os réus Vinícius, Matheus, Leonardo e Peterson. Barth afirmou que todos os agressores portavam garrafas, que eram usadas para bater nas vítimas e também arremessadas. Ronei Faleiro, pai de Júnior, não possuía qualquer arma, relatou o depoente.
Após a fala de Gustavo Barth, o júri foi para o intervalo. No início da tarde, foram ouvidas as testemunhas Leonardo Rocha e Guilherme Brandão Guimarães. Está previsto ainda para esta quinta-feira o interrogatório dos réus Peterson Patric Silveira Oliveira, Vinicius Adonai Carvalho da Silva e Leonardo Macedo da Cunha. Os debates entre acusação e defesa, seguidos do veredito, devem ocorrer nesta sexta-feira (24).