A prefeitura de Alvorada informou que o conselheiro que, segundo a Polícia Civil, mentiu sobre atendimento do caso da menina Mirella Dias Franco foi afastado das funções nesta quinta-feira (16).
A decisão é do corregedor do Conselho Tutelar, segunda nota oficial do executivo municipal. Mirella morreu no dia 31 de maio, em decorrência de hemorragia abdominal causada por objeto contundente.
O padrasto, Anderson Borba Carvalho Junior, e a mãe da menina, Lilian Dias da Silva, estão presos desde sábado (11) por suspeita de tortura com resultado morte. A menina foi levada à Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Aparecida por Anderson.
Durante a investigação, a polícia apurou que o Hospital Cristo Redentor havia alertado o Conselho Tutelar em janeiro sobre possíveis maus-tratos contra a menina. Conselheiros foram prestar depoimento e aquele que deveria ter verificado o caso informou que esteve no endereço e não encontrou ninguém. Também sustentou ter feito contatos telefônicos. Sem sucesso, disse ter registrado as diligências em uma certidão e deixado em uma pasta com o nome de Mirella.
Mas depois de ele dar essas declarações, surgiram informações de que elas eram falsas e que a certidão com as supostas diligências havia sido produzida depois da morte da menina. Conselheiros tutelares confirmaram à polícia que Mirella só teve uma pasta aberta no órgão depois da morte.
A polícia analisou documentos como a rota dos veículos e planilhas de atendimento e verificou que nunca houve diligências do Conselho Tutelar em relação ao caso da menina.
A corregedoria do órgão abriu expediente e decidiu pelo afastamento do servidor. O nome do conselheiro investigado não foi informado pela polícia, que também enviou as informações para que o Ministério Público analise medidas cabíveis.