A Polícia Civil divulgou neste sábado (9) que concluiu um inquérito sobre três facções do Rio Grande do Sul que compravam maconha plantada por traficante gaúcho no Paraguai. Ao todo, 26 suspeitos foram indiciados, entre eles, os líderes dos grupos que já estavam no sistema prisional, inclusive, alguns em presídios federais fora do Estado.
Todos foram alvo de uma operação realizada em março pelo Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Eles respondem agora por tráfico e associação ao tráfico de drogas, além de associação criminosa. Do total de investigados que foram responsabilizados, cinco ainda estão foragidos.
O titular da 3ª Delegacia do Denarc, delegado Alencar Carraro, apurava desde 2019 informações sobre os traficantes e comandou a ação policial no mês passado. Segundo ele, foi possível confirmar que as três facções recebiam semanalmente meia tonelada de maconha de um traficante gaúcho que se estabeleceu no Paraguai há alguns anos.
Conforme investigação, um dos indiciados comanda organização criminosa que está em guerra com outra em Porto Alegre desde o mês passado. Ele tinha uma casa com piscina e alçapão secreto no Bairro Cascata, zona sul, além de ter construído um albergue para integrantes da organização criminosa. Os confrontos, inclusive alguns deles com a Brigada Militar que realiza uma ofensiva contra os envolvidos, já resultaram em 24 mortes e mais de 30 feridos.
Outro suspeito de comprar maconha de um gaúcho que está no Paraguai é Juraci Oliveira da Silveira, o Jura, apontado como suspeito de comandar o tráfico no Campo da Tuca, na zona leste da Capital, e envolvido na morte do então vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Marco Antônio Becker, em 2008, em Porto Alegre. A defesa dele nega qualquer tipo de envolvimento porque está isolado em penitenciária federal.
Os indiciamentos do Denarc são resultado da chamada "Operação CabeçaS", realizada no mês passado. E a ação é continuidade de outra, deflagrada em julho de 2021. A investigação iniciou há quase três anos, quando a polícia apreendeu 250 quilos de maconha no Estado.