O governo do Estado informou, neste sábado (16), que ainda não foi notificado oficialmente pela Justiça para apresentar explicações sobre o isolamento de 10 líderes de facções. Na última quarta-feira (13), a cúpula da Segurança cumpriu operação para isolar criminosos suspeitos de ordenarem homicídios em Porto Alegre. Os presos foram levados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Na quinta-feira (14), a juíza Sonali Da Cruz Zluhan escreveu em despacho que não houve autorização da Justiça para isolar os detentos de regime diferenciado. A magistrada deu 24 horas para que as secretarias de Segurança Pública (SSP) e a de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSP) dessem explicações para as transferências.
O secretário da Segurança, Vanius Santarosa, afirmou neste sábado que o governo fez as transferências de presos com "as autorizações judiciais necessárias para o momento". À reportagem de GZH, ele defendeu o isolamento dos presos e disse que a ação deteve a "matança provocada pelo conflito entre os dois grupos de criminosos".
— As medidas adotadas estancaram a emissão de ordens para execuções, que eram emitidas de dentro dos presídios. A comunidade local, que estava sofrendo com esse conflito, voltou a ter uma vida normal e inocentes deixaram de perder a vida — avalia o secretário.
Santarosa considera que possa ter ocorrido uma "falha de comunicação", pois, segundo ele, o Judiciário havia sido comunicado sobre as transferências de presos. O secretário argumenta ainda que a responsabilidade pelo sistema prisional é da Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo.
— Quanto mais estruturas do Estado se unirem contra esses crimes, mais segurança terão os 11,5 milhões de gaúchos.
Presos teriam envolvimento com pelo menos 25 mortes
Os presos transferidos durante a Operação Fatura teriam envolvimento na guerra entre dois grupos rivais que promoveram mais de 30 atentados com pelo menos 25 mortes na Capital nos últimos dias.
Os apenados foram removidos de três unidades prisionais: da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central), da Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) e da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (Pmec).