Nomeado de "Cidade da Polícia Civil", um imponente complexo da área da segurança pública foi inaugurado nesta terça-feira (29), na zona leste de Porto Alegre. Com 115 mil metros quadrados, o conjunto de 15 prédios irá abrigar em um único local os departamentos especializados da Polícia Civil gaúcha e centralizar grande parte dos serviços operacionais da instituição. Para a polícia, o espaço é considerado como um dos maiores complexos de segurança pública do sul do país.
Conforme a Polícia Civil, um dos principais pontos positivos da nova sede é a localização estratégica. O conjunto fica na Avenida Bento Gonçalves, quase no limite da Capital com Viamão, na Região Metropolitana. A expectativa é de que isso ajude a diminuir o tempo de resposta para serviços considerados essenciais no combate à criminalidade. A área antes serviu de sede para o Centro Técnico de Aperfeiçoamento e Formação (Cetaf) da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
Chefe da polícia no Estado, a delegada Nadine Anflor destacou também a integração entre as equipes que o local irá possibilitar:
— Esse é um dos principais trunfos, a integração dos órgãos operacionais da Polícia Civil. É o nosso grande objetivo: que a gente some esforços, que estejamos no mesmo espaço. A proximidade faz com que a gente troque mais informações, e isso ocorrerá em vários departamentos. Também irá ajudar a população a saber onde procurar a polícia. Esse local será uma referência.
O local representa também economia aos cofres públicos, segundo o Estado, já que departamentos como o de Investigações Criminais (Deic), que funciona em uma sede alugada próximo ao aeroporto, devem migrar por completo para o espaço.
— Talvez sejamos um dos órgãos que mais gasta com aluguéis no Estado. Então queremos deixar de ter esse gasto e e investir o valor na instituição — pontua Nadine.
O ato realizado nesta tarde marcou a primeira etapa de implantação do local. Inicialmente, atuam no local a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Volante do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). As demais equipes farão a mudança para o espaço de forma gradual — a polícia não divulgou a previsão para esse processo ser finalizado.
Atuando há alguns meses no espaço, as equipes de volantes do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) já estão adaptadas ao local, afirma a diretora Adriana Regina da Costa. Os grupos são responsáveis pelo pronto-atendimento a crimes como os patrimoniais na Capital.
— Esse local agrega uma melhora da estrutura física em relação a que tínhamos antes, com um espaço que comporta nossas viaturas grandes, por exemplo, e também possibilita maior integração com as demais equipes. No futuro, é um espaço que pode servir também para treinamento dos policiais. É um espaço que nos permite crescer cada vez mais — diz Adriana.
Entrega de 57 novas viaturas
Também durante a cerimônia, o governo do Estado formalizou a entrega de 57 novas viaturas à Polícia Civil.
São 50 picapes Hilux semiblindadas, que chegam por meio do programa Avançar na Segurança, que destina recursos para compra de viaturas, equipamentos, tecnologia e realização de obras até 2022. Esses veículos correspondem a um investimento de R$ 12,6 milhões. As viaturas serão distribuídas na Região Metropolitana, nas 29 regionais do interior do Estado e também para as 17 delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Outras seis viaturas são SW4, com 170 cavalos de potência, diesel e tração 4x4, também entregues pelo Avançar na Segurança, que serão destinadas a demais delegacias, como a do Narcotráfico e a especializada no Atendimento à Mulher (Deam). O investimento foi de R$ 1,9 milhão.
Uma última viatura SW4, ostensiva e semiblindada, foi adquirida por meio do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg), e será destinada à Delegacia de Polícia de Dois Irmãos. O investimento foi de R$ 323,4 mil.
Delegacia contra crimes carcerários é inaugurada
A Polícia Civil também inaugurou nesta terça-feira a Delegacia de Investigação de Crimes Carcerários (Dicar), da Core. O novo órgão terá como objetivo identificar e responsabilizar os integrantes de organizações criminosas estabelecidas dentro do sistema penitenciário gaúcho, além de desarticular esses grupos.
Serão quatro servidores, divididos nas funções cartorárias, investigativas e no núcleo de inteligência. O delegado Gabriel Bicca irá liderar o trabalho. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Brigada Militar, responsáveis por algumas casas prisionais, também terão papel importante junto ao órgão.
A Dicar será a segunda delegacia da Core e fará parte do recém-criado Núcleo de Investigações Especiais, que abarca também a Delegacia de Investigações Especiais (Diesp), criada ainda em janeiro de 2019.