Série de lacunas precisa ser preenchida para entender o que motivou o assassinato de um casal no Vale do Paranhana. Jheniffer dos Santos, 25 anos, e Marcos Fernando Bampi, 36, foram encontrados mortos a tiros, com as mãos amarradas um ao outro, na semana passada em Parobé. Os corpos foram abandonados próximo ao veículo deles, que estava incinerado.
Desde a última quinta-feira (24), quando os dois foram encontrados mortos, a polícia vem tentando traçar a rotina do casal e buscar pessoas que tinham contato com os dois. No entanto, segundo o delegado Gustavo Bermudes Menegazzo da Rocha, a vida reservada do casal se transformou em desafio.
Nem mesmo familiares souberam até o momento detalhar informações básicas, como o local exato onde eles residiam atualmente e qual atividade econômica exerciam. Dessas pessoas ouvidas, nenhuma confirmou ter tido contato recente com o casal para esclarecer onde eles estavam antes do crime.
— O que me disseram é que eles tinham residência em Santa Catarina, não se sabe ao certo onde é. E possivelmente tinham alguma base na região também e também não sabem ao certo onde — afirma o delegado, responsável pela investigação.
Jheniffer era natural de São Gabriel, na Fronteira Oeste, mas vivia na Grande Porto Alegre há algum tempo, e o namorado Marcos havia nascido em Sapiranga, segundo a polícia. O relacionamento do casal seria recente, tanto que familiares da jovem não conheciam o namorado dela.
O local onde se deu o crime é uma área erma, numa usina de reciclagem, às margens da RS-239, quase no limite com o município de Araricá. A rodovia, conforme o delegado, era um local de trânsito do casal em razão da proximidade de cidades onde o homem tinha parentes. Uma das estratégias da polícia deve ser justamente tentar traçar a rota do automóvel.
Marcos tinha familiares em Nova Hartz, onde chegou a ser proprietário de uma oficina mecânica. No entanto, atualmente, conforme a polícia, o negócio é coordenado por parentes dele.
— Não tinha mais nada em relação à oficina, nem morava mais no local — afirma o policial.
Veículo incendiado
O Polo que foi incendiado durante o crime - possivelmente para tentar ocultar pistas - estava no nome de Marcos, com endereço de Nova Hartz. A polícia acredita que os dois tenham sido mortos entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira.
— Os corpos estavam bem preservados quando encontrados na quinta de tarde — explica o delegado.
A polícia tem certeza que o casal foi morto nessa mesma área onde foi localizado. Os dois foram atingidos por disparos de pistola calibre 9 milímetros. O crime possui características de execução e a investigação considera pouco provável um latrocínio (roubo com morte).
O desafio, além de descobrir quem foram os responsáveis pelos assassinatos, é entender qual a motivação para o duplo homicídio. Nenhum dos dois possuía antecedentes criminais.
— É tudo muito prematuro ainda. Não dá para afirmar nada, nem autoria e nem motivação — diz o delegado.
Colabore
Informações que ajudem a desvendar o caso podem ser repassadas à Polícia Civil, inclusive de forma anônima, pelos telefones (51) 98480-0090, (51) 98484-0606 ou pelo Disque Denúncia, no 181.