A Polícia Civil concluiu na quinta-feira (10) as investigações sobre o caso do homem que matou um cachorro a pauladas em Rio Grande, no sul do Estado, em 15 de janeiro. Além da acusação pelo espancamento até a morte do cão Costela, o agressor foi indiciado por crueldade contra a cadela Charlotte, irmã do animal, e por posse ilegal de munição.
O delegado Maiquel Fonseca, responsável pelas investigações, conta que na vistoria realizada em cumprimento do mandando de busca e apreensão na casa do acusado foi localizada a arma do crime e munições de calibre .38. Ele também destaca a ajuda recebida do hospital da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que elaborou um laudo preliminar.
— Conseguimos apreender a arma do crime, uma espécie de cabo de machado que ele adaptou. Pelas imagens, parece que tem algo que perfura a cabeça do animal, um tipo de lança artesanal. Embora ainda não tenha sido concluída a perícia, o laudo inicial aponta que existe uma perfuração no crânio — comenta o delegado.
O indiciado pela agressão era servidor da prefeitura de Rio Grande, e foi afastado do cargo. Ele segue em liberdade. O delegado explica que a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do homem, que foi negada pelo Judiciário. Já o recurso apresentado pelo Ministério Público segue aguardando julgamento.
O delegado destaca a brutalidade do crime e reitera que nunca viu nada do gênero na cidade. Ele sublinha que o caso ganhou repercussão e defende que as pessoas denunciem casos de maus-tratos. As denúncias podem ser feitas por telefone, no número 197, nos postos da Polícia Civil ou por meio da delegacia online.
Fonseca recorda que, em depoimento, o homem afirmou que estava apenas se defendendo, pois o cachorro seria violento e o havia atacado anteriormente. Ele disse ainda que outro locatário da garagem coletiva onde ocorreu o crime teria sido atacado. Ouvido pela polícia, o homem negou o fato e afirmou que Costela era dócil.
— A expectativa da Polícia Civil é de que ele seja condenado tanto pela morte do Costela quanto pelos maus-tratos e danos psicológicos contra a Charlotte, que presenciou a morte do irmão e ficou a noite toda ao lado dele, além da posse irregular de munição — finaliza o delegado.