O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil vai investigar o ataque hacker que tirou do ar 18 sites do governo do Estado na última terça-feira (8). A Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), por meio do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do RS (Procergs), fez o registro da ocorrência policial nesta sexta-feira (11).
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações, delegado André Anicet, afirma que ainda estão sendo coletados os dados necessários e que a investigação vai buscar identificar a origem do acesso indevido ao sistema.
De acordo com a Procergs, o ataque aconteceu em um ambiente restrito e não causou vazamento de nenhum dado pessoal. A invasão ocorreu à 1h01min de terça-feira e foi identificada 18 minutos depois pelos plantonistas da companhia. Por precaução, todos os sites foram retirados do ar à 1h50min e só retornaram por volta das 19h30min do mesmo dia.
O ataque foi assinado por Shawty Boy — pseudônimo já usado em invasões a sites de prefeituras catarinenses no ano passado. No texto deixado na tela, o hacker atacou iniciativas de isolamento contra a pandemia de covid-19 e a classe política em geral, além de dizer que todos os serviços online do Rio Grande do Sul seriam afetados, o que não aconteceu. O acesso ficou comprometido em algumas áreas, como o site do Detran-RS, do Instituto-Geral de Perícias (IGP) — para agendamento de carteiras de identidade — e os portais para acessar dados das secretarias estaduais, como Fazenda e Saúde.
Segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Claudio Gastal, o governo enfrenta até 10 mil ataques cibernéticos por dia, desde tentativas de golpes prosaicos até iniciativas mais robustas, como essa invasão. A pasta está investindo R$ 87,9 milhões, dos quais cerca de R$ 30 milhões serão implantados ainda em 2022, para reforços em data centers de contingência, em segurança de informação e aumento da capacidade do sistema.