O inquérito sobre a ação de uma quadrilha especializada em roubar cargas de salmão e carnes nobres, além de queijos e chocolates importados, foi concluído nesta semana e remetido à Justiça. De acordo com a Polícia Civil, 38 suspeitos de integrar o grupo, sendo 15 deles detidos em operação realizada no final de outubro em quatro Estados, foram indiciados por roubos, associação criminosa e uso de documento falso.
O titular da Delegacia de Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Alexandre Fleck, responsável pela investigação, diz que cada indiciado irá responder por alguns dos tipos penais destacados, sendo alguns deles tiveram a participação comprovada em vários roubos. Entre 2016 e 2020, foram 15 fatos registrados no Rio Grande do Sul, com prejuízo superior a R$ 10 milhões.
A operação policial foi realizada em 26 de outubro no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná e São Paulo com mais de 120 agentes. Na ocasião, 15 pessoas foram presas, mas cinco seguem foragidas. O Deic confirmou que são apurados vários outros ataques em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, que estão sendo investigados pelas polícias locais.
A organização criminosa tinha dois líderes, ambos já detidos. Um deles está em presídio catarinense, e o outro foi preso na Argentina. Os núcleos do grupo têm base na fronteira oeste gaúcha e no litoral norte catarinense. Segundo Fleck, a partir de dois ajudantes aduaneiros em Uruguaiana, os criminosos obtinham informações sobre produtos de alto valor que ingressavam no país.
De posse das informações repassadas, ladrões gaúchos e catarinenses eram acionados. Eles se reuniam em menos de um dia e combinavam os locais dos assaltos. A maioria dos 15 roubos no Rio Grande do Sul ocorreu em estradas federais em Uruguaiana, São Borja e Ijuí. O grupo abordava os caminhões com dois veículos e usava ainda bloqueadores de sinal GPS para levar a carga até um local isolado. Com isso, havia o transbordo dos produtos para outro caminhão. Toda carga era levada para Santa Catarina e revendida para receptadores já pré-definidos. A investigação continua para identificar outros suspeitos. Nomes não foram divulgados pela polícia.
Áudios revelam que quadrilha era violenta, movimentava grandes quantias em dinheiro e tinha receptadores específicos para cargas de salmão: