A Polícia Civil pediu, nesta segunda-feira (25) prorrogação do inquérito que apura a morte do policial rodoviário federal aposentado Fábio Zortea, em Torres, no Litoral Norte. Ele foi morto a tiros disparados por policiais militares durante uma briga após abordagem aos dois filhos dele, em frente ao prédio onde morava, no centro da cidade, na madrugada de 23 de agosto. São investigados os cinco policiais militares que participaram da ocorrência e um vigilante envolvido na confusão — além dos filhos da vítima, que chegaram a ser presos.
O pedido de prorrogação por 30 dias foi encaminhado à Justiça por causa de uma prova considerada importante para entender se a abordagem dos PMs foi correta ou não — um estudo da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Com base no documento, o titular da Delegacia de Torres, delegado Juliano Aguiar, decidirá, junto com as demais provas, sobre o enquadramento dos investigados, se foi legítima defesa, homicídio culposo (quando não há intenção de matar), homicídio doloso (quando há intenção de matar) ou homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). A Core é o setor da Polícia Civil responsável por ações de grande risco, de gerenciamento de crise e cumprimento de mandados de alta periculosidade.
— O delegado Juliano fez uma série de questionamentos, encaminhando uma série de imagens no palco de Torres, e pedindo uma explicação específica sobre a dinâmica dos fatos. E se a dinâmica dos fatos estaria em consonância com os preceitos técnicos e os preceitos jurídicos embasados, mais especialmente no que diz respeito ao uso diferenciado da força — explica o diretor da Core, o delegado Bolivar dos Reis Llantada.
O caso tem sido prioridade entre os inquéritos da delegacia de Torres. Quinze testemunhas foram ouvidas. Só falta uma, o comandante da Brigada Militar no município, o capitão João César Verde Selva, que deverá prestar depoimento nos próximos dias. Todas as imagens gravadas por testemunhas e por câmeras de videomonitoramento já foram analisadas.
Conforme o Instituto-Geral de Perícias (IGP), das 13 perícias solicitadas pela Polícia Civil, 11 foram concluídas. A análise de áudio e vídeo das gravações do caso deve estar finalizada até o final desta semana. Já a perícia de lesões corporais realizada nos envolvidos na confusão que terminou na morte do policial rodoviário está em revisão final e também deve ficar pronta nos próximos dias.
Os cinco policiais investigados seguem afastados das funções.