A Polícia Civil afirmou que já tem três suspeitos sendo investigados pelo envolvimento na morte da vendedora Cristiane dos Santos, de 20 anos, na noite dessa quinta-feira (23), em Porto Alegre. Um dos homens foi detido ainda durante a madrugada, com um veículo roubado e uma arma. Outros dois suspeitos foram apresentados pela Brigada Militar, mas a Polícia Civil disse que, até o momento, não tem elementos para ligá-los ao caso. Imagens de câmeras de segurança da região são utilizadas para tentar obter mais detalhes sobre o caso. Nesta sexta-feira (24), testemunhas que também estavam na parada de ônibus, onde a vítima foi abordada por criminosos, foram ouvidas pelas autoridades.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, a delegada Luciana Smith destacou que o primeiro suspeito detido estava com uma arma similar à usada no crime, e foi detido com um carro roubado. Ele foi preso em flagrante por receptação do veículo e porte de arma. Já os outros dois envolvidos foram apresentados à Polícia Civil em situações distintas.
— Um deles foi espancado e apontado por moradores da zona sul como envolvido no crime. Já o outro foi trazido por policiais militares. Só que até o momento, a gente não tem elementos suficientes para ligá-los diretamente ao caso — disse.
A Polícia Civil deverá seguir com os trabalhos de reconhecimento dos suspeitos a partir dos depoimentos das outras pessoas presentes na parada de ônibus nos próximos dias. Enquanto isso, houve reforço de policiamento nas imediações do BarraShoppinhg Sul.
Medo nas paradas e reforço de iluminação
A reportagem de GZH esteve no local 24 horas após o assassinato de Cristiane dos Santos. Por volta das 19h30min desta sexta-feira, o cenário do local já era diferente. O BarraShoppinhg Sul instalou pelo menos 10 refletores em direção à parada de ônibus, aumentando a luminosidade na região. Além disso, viaturas da Brigada Militar estavam posicionadas próximo ao ponto onde ocorreu o crime. Mesmo assim, o cenário era de medo e incerteza entre usuários, o que fez muita gente procurar alternativas.
A vendedora Raquel Santos, de 25 anos, também trabalha no centro de compras e, nesta sexta-feira, decidiu trocar de ponto de ônibus em função do crime de ontem.
— Eu troquei de parada. Eu sempre pegava ali, no mesmo horário. Mas hoje, eu troquei. Ocasionalmente, ontem eu tive que passar em uma loja de conveniência e não peguei (ônibus) ali. Mas eu era colega de parada dela (da vítima). Dá medo, porque eles (os bandidos) sabem quando os trabalhadores saem. Uma pessoa teve que morrer para uma atitude ser tomada — lamentou.
Viaturas da Brigada Militar circulavam pela região nesta noite buscando tranquilizar quem passava no local. No ponto onde ocorreu o crime, a atendente Fernada Podkowa, de 23 anos, carregava sacolas após sair do supermercado. Ela utiliza a parada frequentemente, onde pega ônibus para o bairro Belém Novo.
— Tem muita gente que fica na saída do estacionamento, olhando de longe, mas evita ficar aqui na parada de ônibus. A gente tem medo. Agora, tem essa iluminação nova que colocaram. Mas a gente fica com medo e não sabe se vai ter tudo isso daqui para frente —complementou.