A juíza Rosália Huyer, titular da 2ª Vara Criminal de Porto Alegre, aceitou integralmente, nesta sexta-feira (10), a denúncia do Ministério Público (MP) contra o cirurgião plástico Klaus Wietzke Brodbeck, 54 anos, por suspeita de crimes sexuais contra 18 mulheres entre 2005 e 2021 na Capital. O processo corre em segredo de justiça.
A petição do MP é assinada pela promotora Claudia Regina Lenz Rosa, que atribui ao médico pelo menos 34 vezes os crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, importunação sexual e assédio sexual.
Segundo a denúncia, havia ocasiões em que o cirurgião propunha sexo como forma de pagamento pelo procedimento, praticando o estupro no caso de negativa da cliente. De acordo com o MP, a denúncia foi oferecida após análise de 10 inquéritos policiais encaminhados pela 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital. Até o momento, foram colhidos mais de 140 depoimentos de vítimas e testemunhas.
Dos 80 registros presentes nos inquéritos, 58 prescreveram, apesar dos indícios de autoria. Isso porque, pela antiga legislação, as vítimas tinham de registrar boletim de ocorrência dentro de seis meses, a partir do dia em que tivessem conhecimento do crime, o que não aconteceu em muitos casos.
A promotora explica que a Lei 13.718, de 2018, deu legitimidade plena ao MP para processar criminalmente autores de delitos sexuais sem a obrigação de que as vítimas representassem contra o agressor.
Em nota, a defesa do cirurgião, o advogado Diego da Silveira Cabral, declara que seu cliente é inocente.
Confira a nota da defesa
A defesa reitera a confiança na inocência do Dr. Klaus Brodbeck, este que foi um dos fundadores do projeto para trabalhos beneficentes de reconstrução de mama, após retirada de tumores e que recebe com indignação os termos da denúncia, pois, nega enfaticamente as acusações.
A defesa repudia a injustiça do poder judiciário em mantê-lo segregado, pois trata-se de médico com mais de 30 anos de estudo para melhorar a auto estima de seus pacientes e apresentará provas fundamentadas para trazer a absolvição do Dr. Klaus, que em nenhum momento teve qualquer tipo de atitude ilícita em suas consultas.
Por fim ao contrário do que informa a denúncia o médico recebia propostas de influenciadoras digitais, para divulgação de seus trabalhos em redes sociais em troca de cirurgias, o que já ficou provado através de declarações e depoimentos, confirmando assim o que já foi argumentado pela defesa.