Teve início por volta das 23h30min desta quinta-feira (12) a segunda noite de reconstituição da morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos. O trabalho da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) é realizado no Carrefour do bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, onde Freitas foi espancado e morto em 19 de novembro de 2020.
Nesta noite, a reprodução simulada dos fatos conta com a participação de quatro dos seis réus pelo crime. Na última terça-feira, testemunhas participaram da reconstituição. Todos os réus são chamados, mas podem se recusar a fazer parte do ato.
A movimentação no local começou por volta das 23h, quando duas viaturas da Brigada Militar e seis carros de civis chegaram ao Carrefour. Mais tarde, outros 13 veículos acessaram o estacionamento do supermercado até o início da reconstituição do crime.
— A reprodução é a encenação daquilo que eles fizeram, a partir da visão deles, se assim eles quiserem fazer efetivamente. Podem se recusar, é um direito deles — explica a delegada Roberta Bertholdo, titular da 2ª Delegacia de Homicídios da Capital e responsável pelo inquérito policial.
O segurança Magno Braz Borges, que está preso, optou por não participar da reconstituição, assim como a fiscal da loja Adriana Alves Dutra, que está em prisão domiciliar. Ela chegou a participar da primeira etapa, prestando depoimento no Palácio da Polícia, mas decidiu não reviver a cena do crime. Além deles, respondem pelo assassinato de Freitas os funcionários do Carrefour Rafael Rezende e Kleiton Silva Santos, o segurança Paulo Francisco da Silva — os últimos três respondendo em liberdade —, além do segurança Giovani Gaspar da Silva, que está preso e solicitou a reconstituição.
— Nossa expectativa é de que possamos delimitar bem qual foi a atuação do Giovani naquele dia. Entendemos que ele não é responsável pela morte — diz David Leal, advogado do réu.
Dois peritos particulares e levados pela defesa do segurança acompanharam a perícia na terça-feira e o farão novamente nesta noite. Um deles é Cleber Muller, diretor do Instituto-Geral de Perícias (IGP) entre 2015 e 2017, e o médico legista Antônio Nunes, do Piauí.
As oitivas dos réus tiveram início às 18h, no Palácio da Polícia. Mais tarde, eles foram até o supermercado acompanhados de seus advogados. O policiamento na região foi intensificado.
Assim como na terça-feira, um policial representará João Alberto dentro do supermercado e um boneco fará o papel da vítima deitada no estacionamento. A reconstituição irá resultar em um laudo, onde o perito irá analisar as versões relatadas, verificando quais são factíveis, levando em conta elementos técnicos da análise pericial. A primeira audiência do caso está prevista para o dia 18 do mesmo mês.