Um pastor suspeito de praticar abusos contra fiéis em Camaquã, no Sul do Estado, foi colocado em liberdade após decisão do Tribunal de Justiça (TJ). O religioso de 43 anos foi preso preventivamente em sua residência, no último dia 12, após relatos de quatro fiéis de sua congregação, que afirmam terem sido estupradas pelo religioso. A 5ª Câmara Criminal do TJ aceitou, no final da segunda-feira (23), pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
Conforme a decisão, o suspeito fica proibido de frequentar o templo da igreja neopentecostal ou manter qualquer contato com as vítimas. Além disso, o homem deve se manter em recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, assim como não pode se ausentar da comarca de Porto Alegre, local onde ele mora, ainda que a igreja fique em Camaquã. Ele estava preso no presídio de Canguçu, e a investigação tramita em segredo de Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, o pastor convidava fiéis para uma "campanha de oração" em uma sala reservada da igreja, onde ocorreriam os estupros. Conforme a delegada responsável pelo caso, Vivian Sander Duarte, ele passava a mão pelo corpo das vítimas sem o consentimento delas.
Os estupros teriam ocorrido entre maio e junho deste ano, segundo a investigação policial. A delegada afirma não existirem outros suspeitos investigados na congregação do pastor.
Já o advogado do suspeito, Marcos Antônio Hauser, ressalta que o religioso é inocente e ainda está na condição de investigado, já que o inquérito policial não foi concluído.
— Ele nega peremptoriamente qualquer abuso ou agressão. Questionei-o a respeito das motivações, e ele acredita que existe um grupo que queira retirá-lo do comando da igreja — disse o advogado no começo da noite desta terça-feira (24).
As vítimas de abusos sexuais ou qualquer tipo de agressão de gênero contra a mulher devem denunciar os atos. O número 180 funciona 24 horas por dia, inclusive em sábados, domingos e feriados, e presta assistência a mulheres em situação de violência.