O primeiro ciclo de editais do Grupo Carrefour Brasil para apoiar projetos antirracistas teve 186 inscritos do Rio Grande do Sul. A chamada encerrou em 30 de junho, com 1.625 iniciativas submetidas para 40 organização que devem receber, juntas, cerca de R$ 2 milhões. Os recursos serão aplicados durante um ano, com possibilidade de extensão do projeto.
O RS foi o quarto estado com mais causas antirracistas inscritas, atrás apenas de São Paulo (349), Rio de Janeiro (246) e Bahia (202). A lista com os contemplados deve ser divulgada em agosto.
A iniciativa é parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em junho entre o Carrefour, autoridades públicas e entidades civis. O valor total do TAC é de R$ 115 milhões. O termo foi assinado após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, numa unidade do Carrefour do bairro Passo D'Areia, em Porto Alegre, em novembro do ano passado. O TAC foi fechado há cerca de um mês e prevê a aplicação das verbas ao longo de três anos em uma série de ações que serão divulgadas pela empresa.
A seleção passará, a partir de agora, por mais três fases. A eliminatória verificará a veracidade de todas as informações e documentos enviados na inscrição. Depois, na fase classificatória, serão analisados o impacto do projeto, a capacidade de gestão da entidade e o histórico de trabalho durante a pandemia — como forma de conhecer a atuação de cada organização na causa antirracista.
— Por último, os projetos passarão por uma banca avaliadora, formada por especialistas negros convidados que trabalham com as causas defendidas nos três editais — Lúcio Vicente Silva, diretor de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil.
Ações
De acordo com o Grupo Carrefour Brasil, uma série de ações de combate ao racismo estrutural serão desenvolvidas dentro e fora da empresa — muitas já estão em andamento, aponta a empresa. Além dos editais, "internamente, a companhia fortaleceu as políticas voltadas à diversidade, intensificou treinamentos e iniciou o processo de internalização da equipe de segurança interna de suas lojas, que terão novo perfil de atendimento, mais acolhedor ao cliente", diz o Carrefour, em comunicado.
Todas as ações que são tomadas pela empresa em relação ao TAC contam com a chancela de um comitê externo independente. Os membros deste grupo são especialistas em diversidade e inclusão, além de líderes de movimentos negros que têm auxiliado a empresa na reparação junto aos movimentos antirracistas após o assassinato de João Alberto.
Saiba mais
- Para saber mais sobre as iniciativas, é possível acessar o site Não Vamos Esquecer.