Mais de 130 policiais civis, com apoio de helicóptero, realizam uma operação, na manhã desta quinta-feira (10), para prender integrantes da facção criminosa mais atuante no tráfico de drogas em Viamão. Segundo a investigação, o grupo é responsável por 70% da venda de entorpecentes no município — além de realizar execuções, torturas e expulsar moradores de suas residências.
São 52 ordens judiciais sendo cumpridas, e praticamente metade é de prisão. Até a tarde desta quinta, cinco pessoas foram presas, além do cumprimento de mandados em presídios, onde estão os líderes dos traficantes investigados.
A investigação de cinco meses é do titular da Delegacia de Repressão de Ações Criminosas Organizadas (Draco), delegado Eduardo Amaral. Ele relata que a apuração teve início após um crime ocorrido em janeiro deste ano, quando um dos traficantes perdeu certa quantidade de drogas, sendo depois espancado, torturado e baleado pelos comparsas. Apesar disso, o homem sobreviveu.
Durante este período, houve 42 prisões em flagrante de suspeitos de integrar a organização criminosa. A polícia apreendeu ainda armas, drogas e comprovou — por meio de anotações, monitoramento e mensagens de celulares apreendidos — que o grupo é responsável pela venda de 70% do total de drogas que circula em Viamão.
— Eles têm 16 grandes pontos de drogas na cidade e, em cada um, movimentam por dia entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. Ou seja, a facção movimenta diariamente em toda a cidade entre R$ 50 mil e R$ 80 mil, o que representa 70% do tráfico em Viamão — explica Amaral.
Além da violência nas ações criminosas, a facção também é responsável pela ameaça, agressão e expulsão de moradores de suas casas. Um dos casos ocorreu com uma mulher que foi retirada à força de uma residência no bairro Jardim Krahe para que o local fosse um ponto de venda de entorpecentes. Antes disso, ela sofreu represálias e foi agredida. Segundo a polícia, uma medida adotada também para amedrontar demais moradores.
Ao todo, são 25 mandados de prisão, sendo 14 deles cumpridos dentro do Presídio Central, em Porto Alegre, e da Penitenciária Modulada de Charqueadas, de onde partiriam as ordens para os demais traficantes.
Buscas
Também há 21 mandados de busca e apreensão. O objetivo é juntar mais provas contra os criminosos, principalmente anotações de fornecedores e sobre contabilidade. Mesmo com a realização da operação, a investigação e o monitoramento destes traficantes irão continuar.