Uma família do bairro Assunção, em Porto Alegre, afirma ter sido rendida por dois assaltantes durante cerca de três horas, na noite de sexta-feira (26). Um dos homens seria entregador de aplicativo e estava de bicicleta. Um outro indivíduo acompanhava o entregador.
Segundo a titular da 6ª Delegacia da Polícia Civil (6ª DP) de Porto Alegre, delegada Áurea Regina Hoeppel, que assumiu o caso, uma das vítimas contou que um amigo da família fez o pedido por aplicativo e, às 20h37min, o entregador chegou ao local. Depois de fazer a entrega do pedido, anunciou o assalto. Um outro homem, que estava com ele, também participou do ato. Os indivíduos estariam simulando portarem armas de fogo. As vítimas, porém, não visualizaram armas.
Pelo menos quatro pessoas, incluindo um idoso de 84 anos, que é pai de uma das vítimas, estavam na casa no momento do assalto. Elas foram colocadas num dos quartos e amarradas. Os dois homens, que aparentavam ter cerca de 20 anos, comeram o que encontraram na geladeira e reuniram objetos de valor da casa. Cerca de 40 minutos depois, o homem que seria o entregador alegou que, por ter dois veículos no local, deixaria a bicicleta em algum lugar e voltaria para pegar um dos carros, mas ele não retornou à casa.
O assaltante que ficou furtou televisão, três notebooks, um celular, joias e uma quantia em dinheiro. Como não sabia dirigir, perguntou quem o tiraria do local num dos veículos. Uma das vítimas, conforme informou a delegada, teria dito que sabia dirigir e acabou o levando até a Rua Dona Otília, na Vila Cruzeiro, onde o assaltante desceu com os objetos e a liberou.
As vítimas afirmam que um dos homens responsáveis pelo assalto, o que saiu antes do fim do roubo, é parecido com o rosto da imagem do entregador que está no aplicativo de entregas.
Conforme a delegada, na mesma noite do assalto, foi realizada perícia na casa e instaurado inquérito policial. Neste sábado (27), policiais estiveram novamente no local para obter mais informações. O aplicativo citado pela família também foi acionado pela polícia. A delegada ressalta que ainda é cedo para confirmar tratar-se realmente de um entregador de aplicativo porque o assaltante pode ter usado documentos de outra pessoa para fazer o cadastro ou, ainda, o verdadeiro entregador ter sido assaltado antes da entrega. Esta última hipótese está relacionada ao itinerário feito pela bicicleta antes de chegar à casa assaltada.
De acordo com a delegada, situações de usuários de drogas entrarem em casas vazias da zona sul de Porto Alegre para furtarem objetos e também se alimentarem já ocorreram no passado. Porém, assaltos como este sofrido pela família do bairro Assunção são incomuns na região.
— É um caso totalmente atípico. Em nove anos atuando na região, nunca vi nada parecido. Ainda estamos no começo da investigação — afirma Áurea.