A Polícia Civil realizará na próxima sexta-feira (27) o segundo depoimento do PM temporário preso em flagrante após o espancamento e a morte de João Alberto Silveira Freitas, dentro do estacionamento do supermercado Carrefour, no bairro Passo D´Areia, zona norte da Capital, na semana passada.
Além disso, a Brigada Militar (BM) aguarda a defesa do investigado sobre a conduta dele como policial fora do horário de serviço. O segundo segurança preso no caso se manteve em silêncio no depoimento prestado logo após o fato.
As informações são do Departamento de Homicídios de Porto Alegre, que investiga, por meio da 2ª Delegacia, o crime de homicídio triplamente qualificado. O trabalho da equipe da delegada Roberta Bertoldo é confrontar novas informações obtidas com o relato do PM temporário Giovane Gaspar da Silva, que atuava como segurança da empresa Vector no momento em que houve a abordagem a João Alberto.
Após a prisão em flagrante, ele ficou em silêncio, mas com novas provas obtidas pela polícia, informou, por meio do advogado, que vai prestar o depoimento. Além disso, ele tem prazo até esta quarta-feira para apresentar defesa ao comando da BM sobre sua conduta, já que estava atuando em serviço paralelo. A corporação aguarda esta posição para concluir ainda nesta semana o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado na última sexta-feira.
O outro segurança da Vector, Magno Braz Borges, também ficou em silêncio no depoimento, mas a defesa dele informou que o investigado só vai se manifestar em juízo, já que este é um direito constitucional. Por este fato, não será reinquirido.
Além destes depoimentos — já são cerca de 20 desde o início da investigação —, a polícia analisa acionar novas pessoas que foram apontadas por envolvimento, mas em grau menor, no fato ocorrido com João Alberto.
A 2ª Delegacia de Homicídios segue analisando de forma minuciosa todas as imagens obtidas, do espancamento e das câmeras do circuito interno de segurança do Carrefour, e até sexta-feira, com o novo interrogatório do PM temporário concluído, pretende dar encaminhamento final aos depoimentos. Resultados periciais ainda são aguardados, e a polícia vai esperar o fim do inquérito para informar se encontrou ou não provas técnicas para enquadrar o caso também em crime de racismo.
Os três presos — já que terça-feira também foi detida a fiscal do caixa do supermercado, Adriana Alves Dutra — respondem por homicídio doloso triplamente qualificado. A delegada Roberta estuda pedir a prorrogação do inquérito, já que o prazo termina na sexta-feira.